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Da Redação
Publicado em 17 de fevereiro de 2022 às 14:01
- Atualizado há 2 anos
Uma das sambadeiras de maior destaque da Bahia, Maria Eunice Martins Luz, conhecida como Dona Nicinha do Samba, morreu na madrugada desta quinta-feira (17), aos 72 anos, na casa em que vivia em Santo Amaro, no Recôncavo baiano. As primeiras informações são de que a morte foi natural. >
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Dona Nicinha nasceu em uma família de sambadeiras e sambadores tradicionais. Aprendeu a sambar assim, frequentando festas de caruru de São Cosme, de Santa Bárbara e reza de São Roque e Santo Antônio. >
A história dela foi contada no documentário "O mundo aos pés de Nicinha", lançado em março de 2021. Evelyn Sacramento também escreveu um livro que usa de maneiras lúdicas lembranças da sambadeira, com título "Menina Nicinha", que é uma homenagem à sambadeira.>
O nome de Nicinha aparece no samba "Quebradeira", que tem versões de várias bandas de pagode, incluindo Harmonia do Samba. Ela também é título de uma música de Caetano Veloso que está no disco Qualquer Coisa, de 1975. Dona Nicinha também foi uma das vozes eternizadas no álbum musical "Mulheres sambadeiras: por cima do medo, coragem".>
Em nota, a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia lamentou a morte e destacou que Dona Nicinha será sempre lembrada como "uma das personagens contemporâneas mais extraordinárias, quando o assunto é samba de roda".>
"A Bahia, o Brasil e o mundo, mas sobretudo os moradores de Santo Amaro da Purificação, perdem uma de suas memórias vivas, a manifestação da alegria e do samba de roda em pessoa. Dona Nicinha do Samba é, e sempre será, esse símbolo de força da mulher aliada à destreza e gingado do seu corpo. Como ela mesma dizia: "Me sinto como se fosse uma pombinha voando, uma coisinha leve. Quando aquele tambor me chama, aquele pandeiro me chama, aquele violão me chama, eu tenho que dar meu recado", diz a nota. >