Morre aos 96 anos o médico parasitologista Zilton Andrade

Segundo a Ufba, onde Zilton formou-se e foi professor, ele morreu de causas naturais

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  • Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2020 às 15:40

- Atualizado há um ano

. Crédito: Ufba/Divulgação

Morreu nesta quarta-feira (22), aos 96 anos, o médico parasitoloista Zilton Andrade. O falecimento do pesquisador, de causas naturais, foi comunicado e lamentado pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), onde ele formou-se em Medicina em 1950 e onde foi professor entre 1953 e 1984. Em 1985, alcançou o título de professor emérito da instituição.

Natural de Santo Antônio de Jesus, Zilton foi pesquisador essencial ao entendimento das doenças tropicais e grande formador de pesquisadores e de médicos. "A excelência de sua atividade docente foi reconhecida pelos alunos, razão pela qual foi Paraninfo e Professor Homenageado de diversas turmas de formandos do curso médico", disse a Ufba, em nota. Zilton Andrade tinha 96 anos e morreu de causas naturais (Foto: Divulgação) Além de professor universitário, ele também pesquisador titular da Fundação Oswaldo Cruz do Ministério da Saúde, de 1984 até 1994, quando se aposentou."Os estudos do professor Zilton promoveram um avanço considerável no conhecimento da patologia das doenças parasitárias endêmicas em nosso meio. As suas publicações relacionadas com a esquistossomose e a Doença de Chagas são referências fundamentais dos temas, na literatura científica internacional. A esquistossomose é uma endemia mundial", completa nota da Ufba.Segundo a universidade, foi Zilton Andrade quem praticamente fundou, estruturou e depois dirigiu os primeiros laboratórios científicos instalados na Bahia, tanto na Ufba quanto em institutos de pesquisa, e por muito tempo atuou nas agências de financiamento à pesquisa do país (como o CNPq).

Zilton foi o primeiro diretor do Centro de Pesquisas Gonçalo Muniz. Pesquisador, tem mais de 262 trabalhos publicados, que foram citados mais de 2,3 mil vezes. Foi também um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Patologia e da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical.

"Reconhecendo e enaltecendo a história pessoal e profissional de Zilton Andrade, a UFBA se solidariza com familiares, em especial com sua esposa, a professora Sonia Andrade e com toda a comunidade da Faculdade de Medicina e da Fiocruz", finaliza a Ufba.

O secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas Boas, lamentou a morte:"Foi um dos maiores patologistas e cientistas que o Brasil já teve. Uma vida dedicada à ciência. Muito do que sabemos hoje de doenças tropicais veio das lentes dos microscópios do Prof. Zilton, com quem tive a honra de conviver", escreveu em sua conta pessoal no Twitter.O governador Rui Costa também se pronunciou pela rede social: "Com muita tristeza, recebi a notícia da morte do médico e pesquisador baiano Zilton Andrade, um dos mais respeitados patologistas do Brasil, responsável por estudos que ainda hoje servem de referência para cientistas de todo o mundo".