Morre Juvená, ícone da boemia e 'folclórico barraqueiro' de Salvador

Ele comandou a barraca que levava seu nome, em Itapuã

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  • Da Redação

Publicado em 30 de maio de 2021 às 12:09

- Atualizado há um ano

. Crédito: Evandro Veiga/Arquivo CORREIO

Um dos ícones da boemia de Salvador morreu na manhã deste domingo (30). O psicólogo Juvenal Silva Souza, mais conhecido como Juvená, de 78 anos, foi dono da barraca de praia que levava seu nome em Itapuã, na Orla da capital. 

Psicólogo de formação, ele era uma figura conhecida nas festas de largo, especialmente em Itapuã. Para alguns, era um "dos mais folclóricos barraqueiros" da cidade. Ele era apelidado ainda de Juvená, O Animal. Era assim que ele tratava os amigos mais chegados e os amigos também o tratavam assim carinhosamente. Juvená era um dos mais conhecidos barraqueiros de Salvador (Foto: Evandro Veiga/Arquivo CORREIO) Nas redes sociais, amigos se despediram de Juvená. "História de muita resistência! Jogou xadrez com a morte e ganhou diversas vezes... Vivas a Juvená! Vivas a todos nós que temos esse ícone nas nossas histórias", publicou uma amiga. 

O presidente da Fundação Gregório de Matos, Fernando Guerreiro, também manifestou pesar pela perda dele e de outro ícone do bairro, o sambista Firmino de Itapoan, neste final de semana. "Salvador está mais triste, mais melancólica, com a perda de dois personagens icônicos de nossa cultura: o sambista Firmino de Itapoan e o querido Juvená. Referências de nossa tradição popular, Firmino construiu importante legado, compondo sambas que ficarão para sempre em nossa memória. Já Juvenal representa a Bahia festiva, animada, transformando sua barraca num ponto de encontro de criadores e criaturas típicas de nossa soterópolis. Uma salva de palmas, de pé, para esses dois bambas do ritmo e da animação", disse, em nota.

Juvená estava internado desde quarta-feira no Hospital da Bahia. O corpo será cremado na tarde deste domingo (30), em cerimônia restrita, no Cemitério Jardim da Saudade.

Em 2010, a barraca de Juvená foi uma das demolidas na Orla, após a decisão que proibiu barracas na areia. Na época, ele declarou ao CORREIO que seu maior prazer era trabalhar sentado debaixo de um dos sombreiros e perto do mar. “Não me imagino mais longe do mar. Lá no outro espaço não tenho uma estrutura tão grande, mas é minha alternativa”, disse, na ocasião.