Movimento negro faz manifestação em frente à Câmara Municipal de Salvador

Grupo exigiu vacinação para todos e auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia

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  • Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2021 às 15:16

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arisson Marinho/ CORREIO

Integrantes do movimento negro se reuniram em frente à Câmara Municipal de Salvador, na manhã desta quinta-feira (18), para cobrar a criação de ações de combate à miséria, como a implementação do auxílio emergencial estadual e municipal, a retomada do auxílio emergencial federal de R$ 600, até o fim da pandemia, e a vacinação em massa para toda a população através do Sistema Único de Saúde (SUS). Manifestantes cobraram mais empenho das autoridades (Foto: Arisson Marinho/ CORREIO) O ato foi coordenado pelo movimento Coalizão Negra Por Direitos que é formado por organizações, entidades, grupos e coletivos do movimento negro brasileiro. Com faixas e cartazes, os manifestantes exigiram mais comprometimento e empenho das autoridades para resolver os problemas provocados ou agravados pela pandemia. Eles também usaram panelas e pratos vazios para denunciar o estado de calamidade pública ocasionado pelo novo coronavírus.

A assessora de advocacy da Iniciativa Negra e uma das representantes do movimento, Belle Damasceno, contou que uma das principais bandeiras do grupo é a defesa de que a vacinação contra a covid-19 aconteça através do SUS e que seja assegurado a acesso de todos ao imunizante, independentemente da classe ou condição social.

“Outro ponto é a volta do auxílio emergencial de R$ 600. O Governo Federal estimula a parcela no valor de R$ 200, e o Congresso trabalha com a hipótese de R$ 250. Entretanto, temos hoje uma população expressiva que vive na miséria, pessoas que sobrevivem com R$ 170. A pandemia não inventou o racismo nem a desigualdade, nem o genocídio que acomete a nossa população negra e periférica, mas ela está agravando esse contexto crônico do Brasil”, afirmou. Grupo levou panelas vazias, faixas e cartazes (Foto: Arisson Marinho/ CORREIO) O grupo protocolou na Câmara um documento com todas as pautas do movimento e alguns representantes conversaram com os vereadores. A intenção é dar continuidade a discussão com os edis de cada um dos pontos levantados pela Coalizão, em novos encontros.

A manifestação desta quinta-feira aconteceu de maneira coordenada em outras cidades do Brasil, como Brasília, São Paulo, Recife, Rio de Janeiro, São Luís, Porto Alegre, Goiânia, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, dentre outros municípios.

Confira as pautas apresentadas pela Coalizão Negra por Direitos:

- Ampla cobertura vacinal;

- Imediata retomada do Auxílio Emergencial no valor de R$ 600 até o fim da pandemia e consequente aprovação de uma Renda Básica permanente, sem prejuízo do Bolsa Família;

- Fortalecimento dos Benefícios de Prestação Continuada, municipais e estaduais;

- Ações de combate à miséria, como suspensão do corte de luz e água para beneficiários dos programas de transferência de renda e outros critérios de assistência social,

- Atendimento a todos os protocolos de proteção determinados pela Organização Mundial de Saúde enquanto perdurar a pandemia;

- Erradicação da política genocida do governo contra a população negra e indígena;

- Fim da Emenda Constitucional 95 que retirou investimentos da saúde e provocou o sucateamento do Sistema Único de Saúde - SUS (perdemos R$18 bilhões de investimentos somente em 2019).