Mudanças climáticas globais aumentam a frequência de eventos extremos

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  • Da Redação

Publicado em 10 de agosto de 2021 às 05:40

- Atualizado há um ano

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O fenômeno do aquecimento global vem causando eventos climáticos extremos, alguns com consequências devastadoras, como as chuvas torrenciais que atingiram países da Europa Ocidental no início de julho e resultaram em mais de 190 mortes, naquela que já é considerada uma das maiores tragédias climáticas na região em mais de um século. Na China, os mesmos eventos resultaram em ao menos 65 mortes.

Cidades inteiras da Alemanha e da Bélgica ficaram em ruínas depois que vários rios transbordaram e a intensidade dessas inundações catastróficas acende mais uma vez o sinal de alerta para os agentes públicos. Essas e outras ocorrências climáticas, como a extinção de espécies, episódios de secas severas, ondas de calor, elevação do nível do mar, serão sentidos com mais força pela humanidade ainda nas próximas décadas. E não há mais dúvida de que essas mudanças são devidas em grande parte à atividade humana, especificamente à emissão na atmosfera de grandes quantidades de gases do efeito estufa, como CO² e metano.

No ano passado, por exemplo, no período mais chuvoso da capital baiana, entre março e junho, registramos acumulados de chuvas que se configuraram os maiores dos últimos 36 anos e que ultrapassaram as expectativas da meteorologia.

Contrastando com 2020, o período mais chuvoso este ano em Salvador foi marcado por 37,17% menos precipitação do que o esperado. Entre março e junho, choveu 614,4 mm, quando a normal climatológica para o período é de 977,9 mm.

Acontecimentos inusitados vêm marcando esses tempos fraturados. No primeiro dia do ano passado, para citar, um fato insólito tomou conta do noticiário: a queda de granizo em plena temporada de verão soteropolitana, acompanhada de fortes chuvas em algumas regiões da cidade.

De igual modo, temperaturas incomuns para Salvador têm sido registradas neste período de inverno, como os 18,4°C aferidos pela Estação Pluviométrica da Base de Aratu, às 7h, do dia 27 de junho, e os 19,7°, pela Estação de Ondina, no dia 17 de julho, às 23h.

Também causada pelo aquecimento global, a elevação do nível dos oceanos, devido à expansão da água do mar provocada pela maior temperatura, e pelo derretimento das calotas de gelo, pode resultar em inundações e prejuízos materiais e perdas de vida. O fenômeno preocupa diante do potencial risco para as cidades litorâneas, como é o caso de nossa Salvador.

As precipitações recordes contabilizadas em solo europeu podem de fato ser mais um sinal do que está por vir. Do ponto de vista da administração municipal, a Prefeitura de Salvador vem, desde a gestão de ACM Neto e continuada pelo prefeito Bruno Reis, adotando ações concretas para a mitigação dos efeitos do clima que passam pela redução das emissões de CO².

Em dezembro, foi aprovado o Plano de Ação Climática de Salvador (PMAMC) pelo Grupo C40 de Grandes Cidades para Liderança do Clima – rede internacional de megacidades mundiais comprometidas com a mudança climática.

Salvador e Rio de Janeiro foram as primeiras entre nove cidades da América Latina a obter esta aprovação. O plano traz metas ambiciosas de mitigação e adaptação, propondo iniciativas para reduzir as emissões, promover a justiça climática e ações para que a capital baiana seja zero carbono até 2049, ano em que a cidade completará 500 anos.

Sentimos orgulho pela liderança de Salvador na agenda climática, cidade que reconheceu pioneiramente no contexto latino-americano a importância da neutralização dos gases do efeito estufa em escala global, contribuindo para mitigar o risco e preservar vidas, prioridade da Prefeitura há oito anos.

Sosthenes Macêdo é especialista em Gestão Pública, Direito Público Municipal e Docência do Ensino Superior; Bacharel em Direito e Turismo; diretor geral da Defesa Civil de Salvador