Mulher de 56 anos é assassinada enquanto dormia na rua em Valéria

Com transtornos mentais, Conceição saía às ruas catando objetos. Família pede justiça

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  • Bruno Wendel

Publicado em 6 de janeiro de 2022 às 14:04

- Atualizado há um ano

. Crédito: Bruno Wendel/CORREIO

Uma mulher de 56 anos foi assassinada com a tiros enquanto dormia no bairro de Valéria na madrugada desta quinta-feira (6). Conceição Sales da Silva estava deitada em frente a uma casa, e coberta por um papelão, quando foi baleada por pessoas ainda não identificadas.

Segundo a Polícia Civil, Conceição deu entrada no Hospital do Subúrbio, após ter sido atingida por tiros no Campo das Palmeiras. "Ela foi socorrida por uma viatura da Polícia Militar, que havia sido recebida a tiros por traficantes pouco antes, mas acabou não resistiu", diz nota. A Polícia Civil investiga o caso. 

Conceição era mãe de um homem de 33 anos. Logo após o nascimento do único filho, ela teve uma depressão pós-parto. "E desde então nunca mais foi a mesma. Ficou com um distúrbio mental. Durante o dia ficava em casa. À noite saia pelas ruas catando um monte de coisas. Ela era acumuladora e no dia que ela morreu não foi diferente", contou a ex-cunhada da vitima, a doméstica Edna Cruz da Silva, 56, na manhã desta quinta-feira (6), no sepultamento de Conceição, no cemitério municipal de Periperi.

"Conça", como era conhecida Conceição, saiu de casa por volta das 20h desta quarta-feira (5) para perambular nas ruas de Nova Brasília de Valéria, recolhendo o que via pela frente. Pouco depois da meia noite de quinta, moradores escutaram tiros. "Foi uma sequência. É o que contaram pra a gente. Nós da família não sabemos de muita coisa" , disse Edna. 

Segundo a polícia, Conceição foi atingida mais de uma vez. No entanto, parentes relataram que apenas um tiro causou a morte da vítima. "Ela foi baleada na perna. O tiro atingiu a veia femoral. É o que diz o laudo do DPT (Departamento de Policia Técnica)" explicou. 

Edna não esteve no local do crime, mas moradores lhe contaram que lá havia várias cápsulas. "Disseram que tinha pra mais de 15, tudo no chão, ao lado da poça de sangue dela. O saco que ela usava para recolher os objetos na rua e as sandálias estavam perto onde ela foi baleada', disse ela, que emendou em seguida :" Não temos ideia de quem tenha feito isso e nem o motivo, mas queremos justiça". 

Conça era querida no bairro. "Apesar do problema mental, ela não incomodava ninguém. Ela não era agitada. Era uma pessoa tranquila. O único problema era o fato de ela ser acumuladora. Todo final de mês a gente tinha que limpar a casa dela, pois fedia muito. Ela dormia sobre a montanha de entulho, que dava baratas, ratos e até cobra", disse o pastor e morador  do bairro, Edinei Santos Souza, 41.