Mulher que morreu baleada no Capitólio era veterana das Forças Armadas

Ashli Babbit, 35 anos, era apoiadora entusiasmada do presidente Trump

Publicado em 7 de janeiro de 2021 às 16:15

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

Uma das quatro pessoas a morrer na invesão do Capitólio, nos EUA, Ashli Babbit era uma veterena da Força Aérea do país e fanática pelo presidente Donald Trump. Na quarta-feira (6), ela viajou para participar de um ato convocado pelo republicano em protesto contra o resultado das eleições de novembro, que tiveram vitória do democrata Joe Biden. 

Pelo Twitter, Ashli compartilhou várias mensagens sobre os protestos nas horas antes de morrer, baleada na cabeça. “Nada vai nos parar, a tempestade está aqui e chegará a Washington em menos de 24 horas. Da escuridão à luz”, escreveu ela, fazendo referência à mais popular teoria da conspiração americana, o QAnon, que fala na "tempestade" que irá varrer o país.

Todas as mensagens de Ashli eram sobre Trump e as eleições, compartilhando teorias de fraude. Aos 35 anos, ela morava em San Diego, na Califórnia, com o marido, Timothy McEntee. Os dois administravam juntos um serviço de manutenção de piscinas.

Falando a uma emissora local, Timothy, que não viajou para o protesto, disse que a mulher era "uma grande patriota". Ele afirmou que ficou em San Diego para cuidar da empresa. Para outros veículos de imprensa, chegou a dizer que nem sabia que Ashli tinha viajado para Washington. “Sinceramente, não sei por que ela decidiu ir”, disse a mãe da veterena à Fox.

Ashli serviu no Afeganistão, Iraque e Kuwait. Ela conheceu o marido nas Forças Armadas. “Era muito barulhenta e firme nas suas opiniões, mas também era cheia de amor e carinhosa”, diz ele.

Vídeos mostrando o tiro que atingiu Ashli circularam nas redes sociais e veículos de imprensa. Um deles mostra uma multidão tentando passar por uma porta. Um ruído é escutado e logo depois o corpo dela cai no chão, com sangue caindo pelo rosto. 

O tiro foi disparado por um guarda do Capitólio que foi afastado das atividades, segundo o chefe de polícia. Uma investigação vai apurar o que aconteceu. Ainda não há detalhes sobre a morte das outras três pessoas na invasão. O ataque "não foi como nada que eu experimentei em 30 anos nas forças policiais", disse o chefe Steven A. Sund, da polícia do Capitólio, ao The New York Times.

Sund defendeu e chamou de "heróicas" as ações dos oficiais, mesmo com críticas em relação à facilidade que os invasores encontraram para entrar no Capitólio e ao fato de uma pessoa ter morrido baleada por um guarda. Ashli foi baleada quando as pessoas estavam "forçando passagem", disse ele.