Muritiba teve um dia de filme de Hollywood

Senta que lá vem...

  • D
  • Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2019 às 12:53

- Atualizado há um ano

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Na manhã de hoje minha pequena cidade do interior da Bahia, Muritiba, foi palco de um das maiores coberturas jornalísticas policiais até então. O subgerente da agência do Bando do Brasil foi mantido sobre controle de assaltantes profissionais por mais de 21h, tendo seu corpo entornado com explosivos. Isso mesmo! Coisa de filme hollywoodiano.

O impressionante é assistir os discursos dos jornalistas da capital sobre o estereótipo da cidade "pacata", onde "pessoas dormem de portas abertas" e acompanham os desdobramentos do sequestro pois "não tem tempo, já que não trabalham", como se a cidade de interior da Bahia fosse uma representação de uma vila colonial do século XVII estagnada no tempo. Soa pejorativo! Claro que o município tem problemas graves e não têm condições de oferecer tudo, afinal é uma cidade pequena. Mas pequena, não quer dizer atrasada.

Sabe o que tem no interior que não tem na capital? Qualidade de vida. Aqui, mesmo sendo pobre, a gente vive de maneira orgânica. Se insere na política, tem uma contribuição efetiva na vida do município e propicia a criatividade. O que a gente precisa em interior é fazer com que as pessoas tenham possibilidades de escolha. Morar no interior não é um fardo e as pessoas do interior não são menos "trabalhadoras" do que as das capitais e metrópoles. No interior se vive, na capital se sobrevive.

Conheço gente que daria um braço para viver no Recôncavo.

Texto originalmente publicado no Facebook e replicado com autorização do autor