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Projeto que estreou em julho, online, terá única apresentação presencial no Teatro Sesc Senac Pelourinho
Da Redação
Publicado em 11 de março de 2022 às 05:55
- Atualizado há um ano
“Não existe razão que o samba não vença”: é o que defende o sambista Batatinha em 'Pra Todo Efeito', música composta em parceria com Lula Carvalho. Essa e outras canções dão o tom do musical “Sua Excelência Oscar da Penha, o Batatinha”, inspirado na obra e nos temas do repertório do baiano. O projeto teve exibições online e agora segue para o Teatro Sesc Senac Pelourinho, com apresentação única sexta-feira (11), a partir das 19h. Os ingressos custam R$ 20, R$ 10 (meia), R$ 16 (comerciário) e podem ser comprados na bilheteria do teatro.
Em cena, Diogo Lopes Filho atua no espetáculo virtual dirigido por Marcio Meirelles, com texto de Fábio Espírito Santo e direção musical de Jarbas Bittencourt. O roteiro parte dos caminhos do sambista baiano e suas composições gravadas por vários artistas da MPB. Diogo Lopes Filho é acompanhado por uma banda ao vivo formada por Vanessa Melo, Duarte Velloso e Arthur Oliveira.
Gráfico de profissão e sambista nas horas vagas, Oscar da Penha ganhou o apelido de Batatinha em um programa de rádio, quando foi apresentado dessa forma por Antônio Maria. Em seus sambas, temas recorrentes como melancolia, sofrimento e Carnaval atestam a versatilidade criativa de Batatinha e ganham espaço no musical, que investe em uma viagem pelo repertório do músico.
Diretor do espetáculo, Márcio Meirelles explica que não há a intenção de ver Diogo Lopes Filho representando Batatinha, mas trazer um olhar sobre o mundo a partir de uma perspectiva do sambista, através da sua vida e obra, com base nas suas letras e depoimentos e entrevistas.
“Acho que é mais música do que texto, ou seja, a música é o texto. É uma parte significativa da peça. Por isso que eu falo que não é sobre ele, é dele. É falar através dele. O texto pinça fragmentos biográficos dele e autobiográficos, evidentemente, de todos nós, pois quando estamos falando dele estamos falando da gente na verdade”, afirmou.
Ator e cantor em cena, Diogo Lopes Filho reforça que no palco a ideia não é cantar como Batatinha ou reproduzir o seu gestual. A realização de um projeto que prestasse uma homenagem à Batatinha é um sonho antigo de Diogo.
“A ideia surgiu depois de um convite para interpretar um cantor, pianista e compositor cubano, Bola de Nieve. Eu gostei da ideia mas pensei que se fosse para fazer um artista negro, eu queria fazer Batatinha, porque eu me identifico muito poética e melodicamente com ele. Acho lindo o trabalho dele”, conta.
Realizadora do projeto, Paula Hazin comenta que, ao prestar uma homenagem ao sambista, o projeto ajuda a divulgar a sua obra: “Batatinha é um compositor incrível, com um repertório que remete a sensações diversas. Fizemos uma seleção muito especial das músicas, que falam também de temas universais, que todo mundo pode se identificar”.