'Não podia deixar ela debaixo de minhas asas', lamenta mãe de ciclista baiana morta no RN

Alexia chegou a ficar internada no Hospital Walfredo Gurgel, mas teve morte cerebral confirmada no sábado (17)

  • D
  • Da Redação

Publicado em 21 de junho de 2017 às 14:24

- Atualizado há um ano

A mãe da ciclista baiana Alexia Suelen, morta em um acidente em Natal, no Rio Grande do Norte, quer explicações sobre o que aconteceu na ponte Newton Navarro na última quarta-feira (14). A jovem trafegava no local de bicicleta com o grupo Tribo Totipah quando sofreu um acidente. Ela estava a caminho do Alasca e teria sido vítima da imprudência de um motociclista. Estudante e amigos pedalavam rumo ao Alasca (Foto: Reprodução/Facebook)Alexia chegou a ficar internada no Hospital Walfredo Gurgel, mas teve morte cerebral confirmada no sábado (17). Em entrevista à emissora local, a Inter TV Cabugi, Solange Alves disse que, apesar de ser um momento traumático, não culpa o motociclista apontado por testemunhas como o causador do acidente.

"Infelizmente a gente não cria os filhos pra gente. A gente cria os filhos para o mundo. E eu não podia deixar ela debaixo de minhas asas. Eu tinha que deixar ela livre e foi o que eu fiz. É traumático, mas foi preciso. Ela precisava fazer essa busca e ela fez. Ela morreu feliz. Ela estava muito feliz, disse a mãe da jovem.

"Eu não quero culpar ninguém pelo que aconteceu com minha filha. Eu só quero saber exatamente o que foi que aconteceu. Se foi acidente ou se foi provocado. A pessoa que provocou está vendo toda essa comoção e, lá no fundo, deve estar sentindo alguma coisa pelo que fez", cobra.

A morte da ciclista está sendo investigada pela Delegacia Especializada em Acidentes de Veículos (DAV), em Natal. O CORREIO entrou em contato com a delegada Alzira Veiga, que está à frente do caso, mas ela informou que estava em viagem e ainda não se inteirou sobre o inquérito.

Diferente da mãe de Alexia, o pai não quer detalhes do acidente. "Eu não quis saber para não ter espaço para sentir raiva", explicou Luciano Luka Van Pettens. Para a jovem, que estudava Psicologia na Universidade Federal da Bahia (Ufba), a aventura era uma procura por autoconhecimento.

"Ela era um espírito livre. Aquele negócio de estar parado cumprindo as metas autorizadas pela sociedade não era bem o dela, não. Ela conversou comigo antes. Ela me contou que não estava feliz por causa disso. E falou da viagem que ela decidiu. Não foi perguntando se podia não. Ela só avisou da viagem", concluiu o pai à Inter TV.

A cerimônia de cremação do corpo acontecerá na quinta-feira (22), no mesmo local. O grupo Tribo Totipah informou no Facebook que se reunirá das 17h às 21h no Largo da Mariquita, no Rio Vermelho, para tocar e cantar em homenagem à estudante.