'Não tem outro caminho', avalia Bebeto sobre SAF no Bahia

Ex-atacante conversou com exclusividade com o CORREIO e vê como positiva atuação das SAF´s no país

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  • Da Redação

Publicado em 2 de agosto de 2022 às 12:00

. Crédito: Roberto Abreu/Divulgação

Com a proximidade do anúncio para se tornar uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF), o mês de agosto deverá ser decisivo para os rumos do Esporte Clubes Bahia. A equipe segue um movimento já feito por outros clubes, como Cruzeiro, Botafogo e Vasco, e pode mudar a forma como o futebol será gerenciado. Em entrevista exclusiva ao CORREIO, o ex-atacante e tetracampeão mundial Bebeto aprovou a escolha do clube pelo novo modelo de gestão.

Para o craque, esse é o caminho que as equipes devem seguir daqui em diante, buscando parceiros financeiros para alavancar os resultados dentro e fora de campo.

"Claro que é positivo. Acho que não temos outra saída, tá? Um dia eu estava conversando até com o presidente do Vasco, Jorge Salgado, e eu falei sobre isso. Não tem outra saída. O clube vai ter uma tranquilidade maior para pagar jogadores e trabalhadores em dia. O clube tem dívidas para pagar, tem conta de luz, tem água para pagar. E o jogador também tem que receber em dia, cara. Não adianta o clube contratar jogadores e não pagar os jogadores", explica Bebeto.

O ex-jogador também olha para o desenvolvimento da base como um dos principais avanços dos clubes que optam pela SAF. "Uma outra coisa também que eu acho positiva e fundamental é a base. Poder fazer um investimento na base. Porque a base com certeza é o que vai dar lucro para a equipe com futuras vendas e tudo mais. Não tem outro caminho. O Vasco está se estruturando, o Botafogo agora com o [John] Textor está se recuperando… e tem que usar isso ao seu favor com certeza", continuou.

Apesar do modelo de negócio ser diferente, Bebeto também lembrou sobre o impacto que empresas como Excel e Parmalat causaram no futebol brasileiro na década de 1990, quando patrocinaram o Vitória e o Palmeiras, respectivamente. Isso permitiu a vinda de um campeão mundial para o futebol baiano apenas três anos após o tetra. Hoje, mesmo sem seguir o formato da SAF, outros clubes no país também possuem parcerias rentáveis.

"Esse movimento começou comigo lá atrás, né? Com o banco Excel. E isso foi muito importante. Hoje o Palmeiras tem a Crefisa fazendo um trabalho importante, e o resultado [os títulos do Palmeiras] não tem como ser outro. Quando você tem pessoas para fazerem essa gestão não tem como dar errado [...] Quando você compara aquela época com essa época agora, os investimentos hoje são muito maiores. Não tenha dúvida disso. E hoje os clubes estão virando clube-empresa. Não tem outro caminho", finalizou.

Na noite de segunda (1), Bebeto foi o convidado do lançamento da exposição 'Memórias dos Nossos Craques', que reunirá no Salvador Shopping, até o dia 21 de agosto, ex-jogadores baianos que brilharam na Seleção. Bebeto esteve ao lado do jornalista e curador da exposição, Mauro Beting, e conversou sobre o mundo do futebol dentro e fora do Brasil.

Na entrevista ao CORREIO, Bebeto ainda falou sobre o momento do Vitória, suas expectativas para a Copa do Mundo no Catar, avaliou o trabalho de Tite com a Seleção e opinou sobre o agitado mercado de transferências no Brasil.