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Da Redação
Publicado em 4 de dezembro de 2020 às 05:00
- Atualizado há 2 anos
O Shopping da Bahia já alcançou em novembro 95% do que vendia no mesmo mês em 2019 e deve ter um Natal melhor que o do ano passado. Segundo o diretor regional Norte e Nordeste da Aliansce Sonae, Ewerton Visco, já existem claros sinais de um bom movimento em dezembro – tradicionalmente mais importante período de para o varejo brasileiro. >
“Eu sou um otimista e esperava um momento bom, mas não acreditava que a resposta iria se dar tão rapidamente. Quase 20 dos nossos shoppings pelo país já venderam mais em novembro deste ano que no ano passado”, destacou durante a sua participação na live Política & Economia, com o jornalista Donaldson Gomes, no Instagram do CORREIO (@correio24horas). “Devemos chegar com 26 shoppings vendendo mais do que no ano passado e o Shopping da Bahia será um deles”, avalia. >
Para ele, a campanha de vendas deste final de ano será fundamental para o resultado positivo nas vendas. O Shopping da Bahia completa 45 anos de operação no próximo sábado. Segundo Ewerton Visco, os planos eram uma grande festa e o lançamento do projeto de expansão do espaço, que vai se tornar multiuso daqui a cinco anos. Com a pandemia, tudo mudou. >
O caminho, segundo ele foi pensar em fortalecer as vendas. “Pensamos numa grande campanha de vendas, para ajudar nosso lojista, e nossa equipe de marketing pensou numa grande campanha. Vamos completar 45 anos com 45 prêmios, tem carros, motos e muito mais coisas. Estamos fazendo essa grande campanha”, conta. Segundo ele, todo o processo de troca será feito de maneira digital, sem necessidade de cupons de papel. A campanha vai até o dia 5 de janeiro. >
Lojistas A situação em relação às vendas varia de acordo com o tipo de atividade, explica. Tem segmentos com altas de até 80% em relação ao ano passado, mas outros ainda amargam perdas. Entre os que passam pelas maiores dificuldades estão o vestuário. Os produtos capazes de aumentar o conforto doméstico, como os eletrodomésticos e “cameba” (cama, mesa e banho) “crescem de maneira estratosférica”, afirma. >
Algumas das ações pensadas para socorrer os lojistas tiveram uma aceitação tão grande que serão ampliadas, destaca Ewerton Visco. No primeiro momento, houve um investimento no drive-thru, vendas pelo WhatsApp, avaliadas como um sucesso. “Nós da Aliansce Sonae avaliamos que as vendas online chegaram para ficar, mesmo acreditando que o varejo tradicional não vai acabar. O ser humano é gregário, gosta de ver e de ser visto”, conta. >
Há quatro meses, foi tomada a decisão de lançar uma plataforma de vendas online para os dois maiores shoppings da rede, em Campinas e aqui na Bahia. Na próxima semana, dia 10, entra em operação o Shopping Digital, que utilizará a centro de compras para fazer as entregas dos produtos. “As opções que o cliente tem são várias. Pode receber em casa, na loja, no drive, então é um grande investimento que estamos fazendo”, afirma. Até julho de 2020, toda a rede deverá estar integrada ao processo. “É o entendimento que isso veio para ficar”, acredita. >
Ewerton destaca a importância da ferramenta para os lojistas de menor porte. “Os maiores tem seus canais. As grandes redes já têm um e-commerce muito forte”. Outra ação destacada por ele é o Credmall – linha de crédito da Aliansce em parceria com a Captalys para dar crédito a lojistas que são Pequenas e Médias Empresas (PMEs). Os empréstimos podem ser feitos desde novembro, com taxa de juros a partir de 1,5% ao mês, e os recursos poderão ser utilizados como capital de giro e para reposição de estoque. A linha de crédito disponível supera os R$ 100 milhões. >
Normalidade? Não dá para aceitar a situação atual como um “novo normal”, rechaça Ewerton Visco. Em resumo, responde ele, o momento atual é “um grande anormal”. Para ele, trata-se de um momento complicado que irá passar. “É um momento complicado, mas tenho certeza que iremos sair dessa. A humanidade é muito ágil e já estamos falando sobre quatro vacinas. É um momento muito chato, que serviu para nos ensinar a fazer um monte de coisas, mas para mim esse não é o novo normal não”, diz. “Não é normal a gente não ver o sorriso das pessoas, ver apenas máscaras, máscaras e máscaras. É necessário para este momento, mas vai passar”, diz. >
Nos primeiros momentos da pandemia, ele lembra que a expectativa era de que fosse algo que ficaria na China ou que passaria rapidamente. “Chegamos a pensar em fechar por uma semana, antes mesmo do decreto municipal, achando que fosse algo que iria passar rápido”, lembra. Ewerton conta que em reuniões internas um dos colegas chegou a cogitar a possibilidade de o fechamento se prolongasse por mais de um mês e conta que ninguém levou a possibilidade a sério. “Foi um momento muito difícil, nunca passamos por nossas cabeças ter shoppings fechados por quatro ou cinco meses, de ter que fechar tudo e só reabrir após uma série de protocolos”, lembra. >
“A empresa estava capitalizada, não nos agoniamos com os custos. Não demitimos ninguém”, afirma. >
O momento foi de ter bastante atenção com os lojistas, conta. “Eles estavam saindo de um momento muito complicado e ficamos muito preocupados com eles”. Os alugueis foram prorrogados, com descontos nos valores, entre outras ações. “Nós buscamos colocar o lojista numa situação de menos pressão. Eu não digo numa situação boa porque isso não existe quando uma empresa fica seis meses sem faturar”, ressalta. >
Ewerton Visco avalia que os shoppings, como um todo e não apenas o da Bahia, estão agindo com muita seriedade em relação ao momento, passando segurança para o público. >
“Toda a tecnologia que se poderia usar para que os shoppings fossem lugares seguros vem sendo utilizada e efetivamente eles são seguros”, ressalta.>