Nelson Cadena: orgulho de ser baiano

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  • Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2015 às 02:31

- Atualizado há um ano

Se tem algo de que os baianos devem se orgulhar de 2014 e deste início do ano é da performance da natação em mar aberto, uma modalidade esportiva que continua a nos proporcionar grandes alegrias, exemplos de superação que nos enchem de orgulho, ou pelo menos assim deveria ser. Ninguém na Bahia levou o nome do estado, nos últimos tempos, tão longe quanto os nadadores de águas abertas. Refiro-me aqui em especial a Allan do Carmo, campeão mundial das maratonas aquáticas, e Ana Marcela Cunha, também campeã da modalidade, no mundo, em percursos de 10 quilômetros; em 2014, ela subiu ao pódio em todas as etapas disputadas.Parabéns aos dois, Allan e Ana Marcela, mas devo admitir que quem me inspirou este artigo, de fato, foi a nadadora Verônica Almeida, 39 anos, que semana passada entrou para o livro dos recordes, o Guiness Book, com sua extraordinária performance, um exemplo de superação para todos nós, ao fazer o percurso da travessia Mar Grande-Salvador, com um braço só, no tempo de 3h44m07s. Verônica é atleta paraolímpica e uma de nossas melhores chances de medalha nos jogos do Rio de Janeiro. Parabéns Verônica, você é uma baiana que merece muito mais do que uma nota de jornal. A verdade é que a natação em águas abertas faz parte de nosso DNA e é surpreendente que, com tantos títulos e tantas glórias, essa modalidade esportiva não tenha um incentivo, é uma das que têm menos apoio do poder público, não há qualquer política no sentido de preservar o já conquistado e muito menos em formar novos Allans, novas Marcelas, novas Verônicas. As maratonas aquáticas já eram disputadas na Bahia com grande apreço do público, desde 1903, quando Raul Drumond, notável nadador e também remador (conquistou a Taça Olga), fez o percurso entre Mont-Serrat e o Porto da Barra. Em 1955 surgiu a travessia Mar Grande-Salvador, por inspiração de Antônio Liberato de Matos, que topou o desafio do longo percurso, com os auspícios do Jornal A Tarde, numa prova que sobreviveu até hoje e é, das travessias realizadas na atualidade, a segunda mais antiga do mundo, apenas a Capri-Napoli a antecedeu. De lá para cá vários nadadores baianos se consagraram nessa prova, nem sempre tiveram o devido destaque da mídia e muito menos apoio oficial. Um exemplo disso é Lourival Quirino, cinco vezes vencedor da referida travessia.Um dia, em finais da década de 80, realizamos uma prova internacional com os melhores nadadores de águas abertas do mundo, inicialmente no percurso Mar Grande-Salvador que contou com representantes de 17 países, mais tarde no trecho Inema-Porto da Barra. Era o DNA baiano de expertise em águas abertas exposto aos olhos do mundo, pouca gente se apercebeu da importância desses acontecimentos. Então, a modalidade não era olímpica e sequer existia dentro da Confederação Brasileira de Natação, um setor específico. Foi a Bahia que deu a régua e o compasso a essa modalidade esportiva no Brasil e hoje, com justo reconhecimento dentro do metier, é muito bem representada por Allan, Marcela e Verônica. Vocês são os verdadeiros heróis da Bahia na atualidade.