Neto critica festas 'paredão' em Salvador: 'Tem gente que tá se lixando'

Prefeito lamentou insensibilidade enquanto 'a gente tá se lascando de trabalhar' e dezenas morrem por dia

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  • Da Redação

Publicado em 6 de julho de 2020 às 13:39

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

Imagens de festas do tipo 'paredão' que aconteceram no final de semana em bairros como Nordeste de Amaralina e IAPI circularam nas redes sociais e causaram indignação no prefeito ACM Neto, que falou sobre o tema nesta segunda-feira (6). Neto lamentou o que chamou de "insensibilidade" de parte da população diante de um cenário de pandemia.

"Você tem dezenas de pessoas morrendo todos os dias em Salvador, uma luta inglória da prefeitura para evitar um colapso do sistema de saúde... Enquanto isso, do outro lado você tem gente se lixando para o momento que a gente tá vivendo, tem gente que não tá nem aí para o coronavírus, que faz paredão, faz festa, faz aglomeração. Lamento", afirmou.

O prefeito afirmou que vai continuar "fiscalizando duramente" na tentativa de coibir aglomerações, mas apelou para o senso de responsabilidade individual. "Vamos ao limite máximo de nossa capacidade de fiscalização, de presença nas ruas da cidade. Agora, cada um tem que fazer sua parte. Depois não apontem o dedo para o prefeito e digam que a culpa pelo fechamento da atividade econômica é nossa. A responsabilidade é de cada um. Você pega outros lugares onde já se conseguiu superar a fase mais crítica do coronavírus, por que? Porque as pessoas ajudaram. Eu pessoalmente fico revoltado, porque sei o quanto a gente tá se lascando de trabalhar, que não é pouco, o quanto tá sendo difícil tudo isso, e você tem que lidar com situações com essa que aconteceram no final de semana no Nordeste", desabafou.

Questionado sobre um possível toque de recolher, Neto disse que não é sua intenção, mas não pode descartar a possibilidade caso seja necessário para preservar o sistema de saúde. "Não quero isso, venho evitando isso desde o começo, eu venho evitando falar em medidas mais extremadas como toque de recolher ou lockdown. Se as pessoas insistirem em desrespeitar, pode haver uma pressão insuportável no sistema de saúde e governo e preefeitura podem ficar sem alternativa. Não quero lockdown, não quero toque de recolher. Agora, entre fazer isso e ter um colapso, não vou deixar que o sistema se colapse".

Segundo a Polícia Militar, nem a 37ª Companhia Independente de Polícia Militar (Liberdade) nem a 40ª CIPM (Nordeste de Amaralina) foram chamadas para atender ocorrências dessa natureza nas regiões. À TV Bahia, moradores da região do Brongo, no IAPI, afirmaram que festas do tipo acontecem em todo final de semana.