Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Antônio Meira Jr.
Publicado em 2 de julho de 2020 às 13:10
- Atualizado há 2 anos
A Nissan concorre em um segmento específico do mercado de picapes médias: cabine dupla, motor diesel e tração 4x4. A transmissão pode ser manual de seis marchas, que equipa a versão de entrada (S), ou automática de sete velocidades, adotada nas configurações Attack, XE e LE. O propulsor tem a mesma base para todas as configurações, mas pode ter um ou dois turbocompressores. Assim, pode render 160 cv ou 190 cv de potência.>
Nossa avaliação foi feita por 1.700 quilômetros. Deste total, 1.550 km foram rodados em estradas e o restante em deslocamentos urbanos. Em rodovias, as primeiras sensações são de conforto, créditos para a suspensão traseira, para o banco do motorista e para a direção menos direta, que é hidráulica. Acompanhe a avaliação da picape assistindo ao vídeo O banco do motorista, que tem regulagens elétricas, acomoda bem o condutor e minimiza a fadiga graças às boas espumas. A coluna de direção tem apenas ajuste para altura, ficou faltando o controle de profundidade. Os comandos do volante, que tem acabamento em couro, são intuitivos e de fácil acesso. O acesso ao veículo e a partida do motor podem ser feitos com a chave no bolso. No primeiro trecho de rodagem, de 700 km, a caçamba estava vazia. Mas a ausência dos feixes de mola, tradicionais neste tipo de veículo, deixou a picape mais macia que suas rivais. A Nissan instalou na suspensão traseira um sistema multilink e molas helicoidais, que trabalham em conjunto com um eixo rígido. O motor de 2.3 litros nesta versão é biturbo e entrega 190 cv de potência a 3.750 rpm. O torque máximo, oferecido entre 1.500 e 2.500 giros, é de 45,9 kgfm. A transmissão de sete velocidades dosa bem a entrega de torque, que apesar de parrudo é oferecido de forma gradual. Em relação ao consumo, nossa aferição foi de 9 km/l na cidade e de 11 km/l em rodovias. Em um segundo trecho, a picape ganhou 500 kg de carga. Seu comportamento no asfalto ficou melhor, sobretudo, pela compressão das molas traseiras, o que evita sobressaltos. Em estradas com cascalho solto, o sistema 4x4 foi ativado para direcionar tração para a dianteira. É possível ligar e desligar essa função com o veículo em movimento e utilizá-lo rodando a até 100 km/h. Se necessário maior tração, basta parar a picape e acoplar o 4x4 com reduzida. Com 23,4 cm de vão livre do solo, a picape tem uma placa de ferro que protege toda a parte inferior, evitando avarias em peças como cárter, radiador, motor e tanque de combustível. Já na caçamba, os ganchos móveis para fixação de cargas e objetos deixaram de ser um equipamento de série. Existem agora quatro ganchos fixos montados na parte superior do compartimento. [[galeria]] Conforto>
Desde que começou a ser produzida em Córdoba, no Norte da Argentina, no final de 2018, a picape ganhou ajustes em relação aos modelos que eram importados do México. No banco traseiro, os assentos e o encosto foram remodelados para aumentar o conforto dos passageiros. O ângulo do encosto, por exemplo, está 3,5º maior e a almofada do assento cresceu 12,9 centímetros no comprimento para aumentar o contato das pernas, tornando as viagens mais confortáveis. >
Além disso, todo estofamento foi trocado, ficando mais macio. Outra novidade no banco de trás é a inclusão do apoio de braço dobrável com porta-copos embutido em todas as versões. O banco traseiro tem sempre três encostos de cabeça e cintos de segurança de três pontos. A saídas de ar para quem viaja atrás foram mantidas.>
Com a aplicação de para-brisas acústicos e isolamentos sonoros no para-lama, na tampa do motor, no console central e no painel, a cabine ficou até 5 decibéis mais silenciosa, de acordo com as medições da Nissan. É o equivalente à redução de quando um caminhão passa a rodar de 90 km/h para 60 km/h. A picape ganhou, em todas as versões, o travamento automático das portas com o veículo em movimento. No entanto, o destravamento noturno é complicado. É preciso acender a luz interna pois o comando instalado na porta do motorista não tem iluminação. O mesmo acontece com os vidros elétricos, com exceção do comando do condutor.>
Mercado>
A Frontier obteve 7,4% de participação no mercado total de picapes médias, melhor porcentual do utilitário desde 2013. Na Bahia, o resultado foi superior: 7,7%, chegando a 10% em algumas cidades como Feira de Santana e Itabuna. >
Na região Sul do país, obteve o melhor resultado de participação: 11,1%. No Nordeste foram 9% e, no Sudeste, 8,1%, maiores índices dos últimos sete anos nesses locais. As regiões Centro-Oeste e Norte também tiveram a melhor performance dos últimos cinco anos, com 4% e 4,3%, respectivamente. >
A opção mais barata é a S, que custa R$ 155.290. A Attack, que tem um visual mais aventureiro, saí por R$ 173.490. A versão avaliada, a XE, é oferecida por R$ 196.990. Já a topo de linha LE, que tem até teto solar, custa R$ 216.890.>
É sempre bom lembrar que para quem tem propriedades rurais e empresas é possível comprar a picape diretamente da fábrica, com o intermédio do setor de vendas diretas da concessionária. A Frontier XE, por exemplo, custa R$ 163.500 nessa modalidade.>
As concorrentes para a versão testada pelo CORREIO são: Chevrolet S10 LTZ (R$ 206.190), Ford Ranger XLT (R$ 198.090) e Toyota Hilux SRV (R$ 203.990).>