No vídeo e no game: jogadores e streamers chegaram a faturar R$ 5 milhões

Mercado, que está em franco crescimento, é tema do Correio Gamer de 28 a 30 de junho

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  • Ivan Dias Marques

Publicado em 26 de junho de 2021 às 05:15

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

Gamers e streamers. Você pode não saber o que é, mas seu filho sabe e, se vacilar, sonha em ser. Ao invés de se desesperar, apoie e torça para dar certo. Afinal, o faturamento de um profissional dessa área pode ser muito além do imaginário. Os gamers são jogadores que se divertem ou competem (e se divertem também) em diversos jogos e campeonatos no Brasil e no mundo. Já os streamers são aqueles que jogam e fazem transmissão online em plataformas como Twitch, Nimo TV, Mixer, Facebook Gaming e YouTube, produzindo conteúdo com grande frequência, fundamental para aumentar o faturamento. O canal AuthenticGames, maior do setor no país (14º no geral) no YouTube, de acordo com o site Socialblade, possui 19,9 milhões de inscritos, mais de 4 mil vídeos e um faturamento estimado de R$ 342 mil a R$ 5,4 milhões por ano. No Twitch, plataforma preferida dos streamers, Alexandre ‘Gaulês’ e Alan ‘Alanzoka’ estão no top 20 do mundo, com faturamento estimado em 2020 de R$ 4,7 milhões e R$ 3,8 milhões no ano passado, respectivamente. Gaulês foi o primeiro streamer do mundo a fazer transmissões de jogos da NBA ao vivo.  Nem todo mundo ganha isso tudo, mas é possível construir uma carreira sólida sim. O baiano Davi Dbraz, 29, com 146 mil inscritos no YouTube e 109 mil seguidores no Twitch, se orgulha muito de poder sustentar sua família e obter conquistas pessoais e materiais também. “Sempre gostei de jogar e me comunicar. No final da faculdade de Design Gráfico, queria ser livre no que fazer e resolvi fazer vídeos no YouTube”, conta. O investimento inicial, em computador, câmera e acessórios foi de cerca de R$ 4,5 mil. Depois de mais de 10 anos de canal no YouTube, ele estima ter gastado R$ 20 mil com mais equipamentos. O faturamento de um streamer vem de monetização de vídeos, assinaturas de inscritos/seguidores, doações ao vivo e de patrocínio, que pode ser uma inserção comercial ou uma marca de roupa ou equipamentos. Os gamers, muitas vezes, ainda fazem parte de equipes e possuem salário fixo delas. É importante ser claro: o mercado e o faturamento depende de quantas pessoas gostam do que a pessoa faz.  “Nunca me preparei para ser streamer, só dei a cara a tapa. Mas tinha noção com câmera porque me formei em Rádio e TV”, conta a paulista Gabriela ‘Jinkiwinkki’, 23. Há um ano, ela passou a enviar vídeos, viralizou e agora possui quase 30 mil seguidores no Twitch. “Que quiser entrar na área, eu aconselho: não se importe com que os outros vão falar. Siga em frente que vai dar certo’”, opina ela, que investiu cerca de R$ 10 mil em equipamento para começar a ‘streamar’. Jinki começou ano passado é já colhe os frutos (foto: Instagram/Reprodução) Na faculdade As carreiras relacionadas aos jogos também estão nas universidades, mas aí mais ligadas ao ‘por trás das câmeras’. São designer de jogos e de áudio, testador, roteirista, produtores, artistas de efeitos visuais, entre outros.“Eu sempre bato nesse ponto com meus alunos: a teoria ajuda na prática. Cursos de curta duração podem beneficiar bastante uma melhoria estética dos conteúdos midiáticos destes canais”, analisa Paolo Bruni, professor de jogos digitais da Unijorge e designer de jogos.Para Dbraz, a observação do mercado é fundamental. “Busco muito ver o que os outros estão fazendo, a forma, quais jogos estão falando e jogando”, conta. “No YouTube, você não posta qualquer coisa. Tem que ser algo que algoritmo ‘queira’, tem que estar nos trends para ter o vídeo enviado para muitas pessoas”, ensina. De acordo com Bruni, até por pressão dos alunos, as carreiras profissionais nos games já estão no radar das instituições de ensino médio vistas como opções de futuro para os alunos. “Designer de jogos, gamers profissionais e streamers de jogos estão no topo da lista de profissões mais desejadas por millenials (nascidos entre 1980-1994) e a galerinha nova da Geração Z (1995-2010)”, garante. 

Pandemia e crescimento Mais tempo em casa, mais dedicação de quem gosta dos games. De acordo com a Pesquisa Games Brasil (PGB) 2021, uma referência no nicho, 75,8% dos gamers brasileiros afirmaram que jogaram mais durante a pandemia. 

E nem só a prática de jogar por divertimento cresceu. A prática dos esportes eletrônicos (eSports), modalidade profissional dos games, teve um incremento de 10,7 pontos percentuais de 2019 para 2020, segundo a PGB, passando de 44,7% para 55,4% dos gamers. Na Bahia, temos a Federação de Estado da Bahia de Esporte Eletrônico (Febaee), filiada à Confederação Brasileira de Games e Esports (CBGE). Segundo um estudo da Visa, mesmo com a pandemia, o setor de games cresceu cerca de 140% no Brasil em 2020, em comparação com o ano anterior. As comunidades gamers e as compras dentro dos jogos também mais do que dobraram em período semelhante. No mundo, o faturamento da indústria saltou 12%, chegando aos US$ 126 bilhões (cerca de R$ 637 bilhões) em 2020. 

Correio Gamer Dbraz e Bruni são dois dos convidados do CORREIO Gamer, evento de programas ao vivo no perfil no Instagram do jornal que acontece nos dias 28 e 30 de junho, às 21h, ao vivo.

No primeiro dia, Bruni estará ao lado do gamer e streamer baiano Samuel ‘Level Up’, bicampeão mundial de Free Fire. Já no dia 30, Dbraz faz companhia ao empresário Lukas LKZ Walter, CEO da Beyond Digital Games, e Suellen Aranda, CEO e fundadora do Esquadrão Golden, equipe de eSports do Bahia.

Dicionário gamerGamer: aquele que joga games. Pode ser casual ou hardcore (aquele que joga de forma competitiva) Streamer: pessoa que faz transmissões ao vivo. Pode ser jogo, receita, um show. Streamar: transmitir Casters: narradores e apresentadores de transmissões, sobretudo de campeonatos eSports: abreviação de esportes eletrônicos, modalidade profissional dos games Top streamers do Brasil no TwitchAlan ‘Alanzoka’ (4,9 milhões de seguidores) Bruno ‘Nobru’ (3,2 milhões) Alexandre ‘Gaulês’ (2,8 milhões) Felipe ‘YoDa’ (2,1 milhões) Principais canais brasileiros de games/stream no YouTubeAuthentic Games (19,9 milhões de inscritos) Robin Hood Gamer (16 milhões) Playhard (13,2 milhões) Tazercraft (12,7 milhões) Dicas para ser um bom streamer:É preciso investir em equipamento, tanto computador quanto microfone/câmera Assistir e observar bastante para escolher o tipo de vídeo que será feito Testar e se assistir para consertar erros Ser persistente: tanto no jogo quanto nos vídeos. Você só tem a aprender Onde cursarUnijorge, Unifacs, Estácio, Ifba e Uneb – Jogos Digitais (Curso Superior de Tecnologia) Unifacs – Design de Games (Bacharelado, em EaD) Ifba - Desenvolvimento de Aplicativos e Jogos para Dispositivos Móveis (Especialização) CORREIO GamerQuando: 28 e 30 de junho Horário: 21h Onde: perfil do CORREIO no Instagram (@correio24horas)   *O CORREIO Gamer conta com o patrocínio da Oi Fibra