Nova Unidade de Acolhimento vai recebeu 150 moradores de rua em Salvador

Espaço foi montado em antigo hotel e oferece local para dormir, fazer a higiene e se alimentar

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  • Da Redação

Publicado em 24 de março de 2021 às 13:19

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Valter Pontes/ Secom

Se a pandemia está sendo um momento difícil para muitas famílias que têm o mínimo de infraestrutura, imagine para quem mora nas ruas. Nesta quarta-feira (24), foi inaugurada uma Unidade de Acolhimento Emergencial (UAE) para a população em situação de rua, no antigo Hotel Malibu, no bairro de Nova Brasília de Itapuã, em Salvador. São 15 vagas.

O espaço foi montado para atender pessoas que vivem nas ruas de Salvador, sejam adultos solteiros ou casados. A nova UAE possui 51 quartos com suítes e vai operar por um período inicial de nove meses, com investimento de R$ 2,5 milhões. Lá, são oferecidos alimentação, orientação para higiene pessoal, atendimento social e encaminhamento para serviços socioassistenciais. Prefeito e secretário visitam as instalações da unidade (Foto: Valter Pontes/ Secom) O prefeito Bruno Reis fez a entrega da unidade e contou que o Município tem contrato com instituições conveniadas onde oferece vagas para pessoas em situação de rua, incluindo usuários de drogas. Ele contou que a prefeitura tinha iniciado um senso no ano passado para saber a quantidades de moradores de rua que vivem na capital, mas que a pesquisa foi interrompida por conta da pandemia. A estimativa é de 5 mil.

“A Prefeitura tinha 16 unidades de acolhimento, duas que executavam esse serviço diretamente e 14 de forma conveniada. Agora passamos a ter 17 unidades, oferecendo 1,1 mil vagas para pessoas em situação de rua. Também ofertamos, por tempo indeterminado, aluguel social para 1,2 mil pessoas pertencentes a esse público, no valor de R$ 300, para que aluguem um imóvel até a entrega de uma moradia definitiva”, afirmou.

Ele citou o programa Toque de Acolher, que oferece acolhimento para as pessoas em abordagens feitas durante a noite. Nas três últimas semanas, em que foram adotadas medidas mais restritivas, foram 140 pessoas acolhidas.

Quem é direcionado para uma UAE ficará acolhido até conseguir acesso a auxílio aluguel ou ser beneficiado por um programa habitacional. Essas pessoas recebem também apoio terapêutico, psicológico, e médico. O objetivo é que elas ganhem estímulo para que, em pouco tempo, tenham condições de voltar para o ambiente familiar, conseguir um emprego e se reinserir na sociedade.

Porta de entrada A principal porta de entrada para as unidades de acolhimento é o Serviço Especializado de Abordagem Social (Seas), que foi intensificado neste período de crise sanitária. Nessa estratégia, equipes da Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esporte e Lazer (Sempre) percorrem as ruas da cidade em todos os turnos do dia, abordando as pessoas em situação de rua e oferecendo vagas de acolhimento.

Os encaminhamentos às UAEs não acontecem compulsoriamente, ou seja, só é abrigado nesses espaços quem tiver interesse. No total, a capital baiana passa a ter em funcionamento cinco UAEs e mais 12 Unidades de Acolhimento Institucional (UAIs) que oferecem abrigo provisório para adultos e famílias em situação de rua ou desabrigados por abandono, migração, ausência de residência e sem condições de autossustento.

Além do Seas, os assistidos também podem ter acesso às unidades através dos quatro Centros de Referência Especializados para População em Situação de Rua (Centros Pop) da cidade, situados na Djalma Dutra, Mares, Itapuã e Dois de Julho. Outra opção é através do Núcleo de Ações Articuladas para População em Situação de Rua (Nuar), que fica no Comércio.

Adequações Segundo a prefeitura, durante a pandemia, tanto as UAEs quanto as UAIs foram readequadas com medidas sanitárias para conter a disseminação da doença, ganhando dispensadores de álcool em gel, tapetes sanitizantes, além de marcações de distanciamento social. O uso de máscara de proteção é uma das regras praticadas pelos abrigados no dia a dia, sendo exceção apenas na hora da alimentação e no dormir.

As unidades recebem, ainda, ações preventivas, com realização de testes rápidos e aferição de temperatura, verificação das condições de saúde dos acolhidos e intensificação das medidas de higiene nos mobiliários e instalações, como banheiros e quartos.