O Bahia deve uma despedida em alto nível a sua torcida

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Publicado em 5 de dezembro de 2019 às 10:42

- Atualizado há um ano

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O Bahia fará nesta quinta-feira (5), contra o Vasco, seu 70º jogo em uma temporada que teve de tudo: time reserva no início do Campeonato Baiano, bola que não entrou na Copa Sul-Americana, decepção na primeira fase da Copa do Nordeste, mata-mata empolgante na Copa do Brasil, euforia pelo alto nível apresentado no primeiro turno do Campeonato Brasileiro e raiva pelos erros cometidos no segundo.

Após passar por tantas emoções, o Esquadrão chega hoje à última partida na Fonte Nova num ano em que, entre o choro e o sorriso, o torcedor abraçou o clube. Tratou Fernandão como ídolo e vetor de empolgação para uma associação em massa que culminaria no recorde de 44 mil sócios - embora depois não tenha sido correspondido pelo atacante em campo; criou música afetuosa para Nino Paraíba, com quem antes não tinha paciência; vibrou com os gols de Gilberto nos 3x0 sobre o Flamengo, que a partir dali virou o supertime que não perdeu mais de ninguém. 

Na reta final, a paciência foi embora e as vaias ecoaram, não sem motivo: o time frustrou a enorme expectativa que criou em sua gente quando mostrou que brigar pela classificação à Copa Libertadores é possível. Como diz o ditado: quanto maior a altura, maior a queda. 

Pela evolução do campeonato, a impressão que o elenco deixa no momento é de desperdício. De que entraria em campo hoje para carimbar a vaga na Libertadores se não tivesse perdido aquele jogo contra o Ceará, ou para o Internacional, ou se tivesse vencido a Chapecoense, ou o Cruzeiro quando tinha um a mais em campo. Se, se, se... A vaga se ofereceu ao Bahia, e por isso o “se” dói.

Ainda assim, o saldo do clube no Brasileirão é bom. A realidade é que a trajetória (não a colocação) foi acima da expectativa que havia em abril, quando a Série A começou. O tricolor planejava terminar no meio da tabela, porém não estava nos planos iniciais ficar sempre tão perto da zona de classificação à Libertadores.

Já na análise do ano inteiro, o rendimento é mediano. Além do Brasileirão, destaca-se a campanha na Copa do Brasil, em que foi eliminado nas quartas de final para o Grêmio. Porém, a saída da Copa do Nordeste e da Sul-Americana na primeira fase joga a média para baixo. No Baiano, acabou campeão.

Seja qual for a posição final do tricolor na Série A, hoje é a última oportunidade para o time fazer o torcedor relembrar os bons momentos da temporada e arrancar aplausos no apito final. Seria o desfecho ideal para uma relação tão intensa e que nutriu tanta esperança ao longo de 2019.

E apesar do clima de despedida, ainda faltam dois jogos no ano. Depois do Vasco em casa, tem o Fortaleza fora, domingo. A ver no que vai dar. 

Herbem Gramacho é editor de Esporte. Escreve às quintas-feiras.