O céu é o limite: Google completa 20 anos e lança novidades nas buscas

Confira a história do gigante em buscas e veja como proteger seus dados

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  • Naiana Ribeiro

Publicado em 1 de maio de 2018 às 06:25

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução
. por Correio Gráficos

Pode até não parecer muito tempo, mas, há  20 anos, o filme Titanic ganhava 11 Oscars, o presidente ainda era Fernando Henrique Cardoso,  o navegador Internet Explorer tinha acabado de ser lançado, assim como o acesso à internet era através conexão via rádio. Em 1998, nascia também o Google, um repositório de sites existentes na internet.

Duas décadas depois, a ferramenta de busca online está em todos os lugares - computadores, celulares e até em eletrodomésticos. E não mais se resume a responder perguntas, mas também se define como um assistente que proporciona experiências e descobertas. Os engenheiros do Google, serviço de buscas mais usado do mundo, têm trabalhado duro para transformar a jornada do usuário mais precisa, intuitiva e customizada. 

É que mais de 80% da receita da empresa vem da tecnologia, segundo o presidente do Google no Brasil, Fabio Coelho.  Pensando nisso, a empresa anunciou três novidades durante a comemoração na última semana. Fabio Coelho: 'O Google é um oráculo, onde as pessoas perguntam coisas que elas não perguntam em outros lugares'  (Foto: Divulgação) Uma nova funcionalidade, já disponível, melhora buscas em tópicos relacionados. Quando alguém faz várias pesquisas sobre um mesmo tema, verá imagens e links semelhantes no que eles chamam de Painel do Conhecimento, recurso que exibe informações relacionadas com o termo procurado pelo usuário já na página de resultados. “Se o usuário buscar por Neymar e depois por Messi, a pesquisa vai mostrar um carrossel com fotos de outros jogadores no topo da página, com respostas que vão ajudá-lo a continuar explorando”, exemplifica o engenheiro-chefe de Busca Bruno Pôssas.  Tópicos relacionados: Durante a busca sobre um tópico em particular, como moqueca, você verá sugestões de tópicos relacionados no topo da página. Uma busca por moqueca seguida por vatapá apresentará sugestões de outras comidas típicas O recurso desenvolvido no Brasil já atinge 0,5% das buscas diárias do sistema no mundo. No país, a empresa tem  150 engenheiros de software, 70 focados no aprimoramento da busca.

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Outra novidade feita no Brasil estará disponível em maio. Os snippets em destaque – respostas resumidas que aparecem logo no topo das buscas a partir da análise de todos os documentos na web - vão contar com imagens contextualizadas e “pesquisas relacionadas”. Com isso, os usuários poderão aprender mais sobre um tópico ou descobrir novas informações de interesse. Resumo em destaque: Terá imagens contextualizadas e “pesquisas relacionadas” dentro dos blocos (snippets) Por fim, os painéis de conhecimento ganharam conteúdo extra. Ao pesquisar sobre esqui, por exemplo, dá para ver também informações relacionadas a esportes como o snowboard, por exemplo, diretamente dentro do resultado. Este último recurso foi desenvolvido nos Estados Unidos. “O usuário pode explorar todo o conteúdo que oferecemos de uma forma dinâmica e visual, com resultados que vão desde fotos a vídeos e números”, garante o diretor de engenharia do Google para a América Latina Berthier Ribeiro-Neto. Painel aprimorado: Quando pesquisar sobre um tema, irá ver pesquisas relacionadas a ele dentro do bloco principal Contexto Esses e outros aprimoramentos levam em consideração que, hoje, 50% das buscas são feitas por celular. Também faz parte da estratégia da empresa deixar o  buscador mais personalizado, direcionado e tornando-o um assistente para as pessoas e organizações. “A primeira grande revolução foi no início, com o PageRank, que rastreava a web e dava resultados de pesquisa em ordem de importância”, lembra Berthier. Em 2007, a mudança drástica foi mover a busca para o celular. “Nós demos aos internautas a possibilidade de procurar respostas dentro do ambiente que está inserido. Em pouco tempo, entendemos que digitar no celular é difícil e elevamos a ferramenta a novo patamar com a busca por voz. Com a revolução do mobile, as buscas consideram a localização das pessoas, se estão em movimento... Contexto é tudo”, explica o cientista da computação.  O resultado disso é que entre 5% e 10% das buscas globais são feitas agora através da ferramenta de voz, um dos principais focos de trabalho dos engenheiros do Google. Em menos de um ano, a taxa de erro do reconhecimento de voz foi reduzida em 50% graças a técnicas de inteligência artificial. “O aperfeiçoamento da máquina é fundamental na hora de buscar respostas para perguntas novas, complexas ou muito específicas”, pontua Pôssas. Bruno Pôssas comanda equipe brasileira de engenheiros (Foto: Divulgação) Limites? Mal imaginariam os estudantes de pós-graduação Sergey Brin e Larry Page, em 1998, que a ideia deles mudaria gerações. Vinte anos depois, os gigantes da pesquisa mostram que o céu é o limite quando o assunto é buscas e inteligência artificial. “Eles tinham uma visão ambiciosa de tornar todo o conhecimento do mundo disponível e acessível para todas as pessoas em qualquer lugar. Há 20 anos, isso era uma loucura. O Google evoluiu com a nuvem, a mobilidade e ajudou a formar uma sociedade mais inclusiva e informada. Hoje, a busca conecta  usuários com conteúdos e virou uma fonte de insights e transações. É um oráculo, onde as pessoas perguntam coisas que elas não perguntam em outros lugares”, resume Coelho.

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Engenheiros não têm acesso a dados pessoais Após polêmica envolvendo dados no Facebook, a preocupação dos usuários com a segurança das suas informações na internet tem sido cada vez maior. Pensando nisso, o Google deixa cada vez mais claro quais informações são usados e compartilhadas pela empresa. 

“Mantemos as informações pessoais do usuário particulares, seguras e controladas”, afirma o  diretor de engenharia do Google  Berthier Ribeiro-Neto. Berthier: Google usa dados juntos (Foto: Nereu Jr./Divulgação) Ele destaca que quem tem uma conta Google pode entrar em Minha Conta e ver exatamente o que está sendo usado. A empresa diz respeitar as opções de compartilhamento limitado ou configurações de visibilidade que o usuário faz para a conta. Todas as políticas de dados da ferramenta estão disponíveis também no site www.policies.google.com/privacy.

Os dados para melhora de produto são usados de forma agregada e anônima. Segundo o engenheiro-chefe de buscas do Google, Bruno Pôssas, todas as informações que identificam os usuários individualmente são removidas antes de serem processadas pelos engenheiros. Empregados, contratados e representantes do Google estão sujeitos a rigorosas obrigações contratuais de confidencialidade. “Não temos acesso a nenhum tipo de usuário. A gente só consegue validar se o produto está funcionando ou não com o nosso próprio usuário. O controle é bem  forte”, garante Pôssas. 

Funciona como uma moeda de troca: as informações coletadas servem aprimorar os serviços da ferramenta. “Quando o usuário compartilha informações conosco, por exemplo, criando uma Conta do Google, podemos tornar esses serviços ainda melhores – mostrar-lhe resultados de pesquisa e anúncios mais relevantes, ajudá-lo a se conectar com pessoas ou tornar o compartilhamento com outras pessoas mais rápido e fácil”, resume texto do Google.

* A repórter viajou a São Paulo a convite do Google