'O estado não ficará de joelho para um marginal', diz Rui sobre Prisco

Governador considerou movimento liderado por Prisco como manipulação política partidária medíocre

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  • Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2019 às 11:31

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arisson Marinho/Arquivo CORREIO

O governador Rui Costa criticou nesta quarta-feira (9) o deputado estadual e  coordenador-geral da Associação dos Policiais e Bombeiros Militares do Estado da Bahia (Aspra-Ba), Marco Prisco, que liderou o grupo de policiais militares que anunciou greve da categoria, por tempo indeterminado, na terça-feira (8). "Ele só pode ser aliado eventualmente de traficantes e criminosos. Me desculpe. Eu nasci na favela, na pobreza, mas aprendi com minha família a ter ética, a ter honradez e a ter lado. E o meu lado não é o crime, do banditismo, da chantagem e nem da coação  da população. O estado não ficará de joelho para um marginal".

O governador disse que a cidade está normal, que não viu nenhuma loja fechada e que todos os ônibus estão nas ruas. "Se alguém está divulgando que vai tocar fogo em ônibus com criança, você pai não vai ficar assustado? Então a sociedade tem que ficar do lado de quem? Do criminoso que está ameaçando tocar fogo em ônibus ou do lado da população? O fato é que nenhum policial dos 32 mil aderiu a isso. Devíamos ter uma condenação expressiva da sociedade a esse tipo de manipulação política partidária medíocre, de constranger, ameaçar e colocar as pessoas reféns", ressaltou o governador.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) também informou nesta quarta-feira (9) que a Polícia Civil já iniciou as investigações sobre ataques a estabelecimentos comerciais cometidos horas após um grupo anunciar paralisação. Segundo a SSP, indícios apontam que as ações  foram coordenadas para gerar sensação de insegurança. 

A secretaria divulgou ainda que já foram solicitadas perícias nas munições encontradas, imagens de câmeras da SSP e de segurança privadas. Equipes dos departamentos de Polícia Metropolitana (Depom) e de Inteligência Policial (DIP) também buscam testemunhas das ações de vandalismo.  

"Não temos ocorrências desta natureza e, esta coincidência com os acontecimentos, logo depois do anúncio de greve, é determinante para o início das apurações", explicou o delegado-geral da Polícia Civil, Bernardino Brito.

Um grupo de policiais militares anunciou greve da categoria, por tempo indeterminado. A decisão foi informada durante assembleia no final da tarde de terça-feira (8). Liderados por membros da Associação dos Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), os PMs reivindicam melhorias no Planserv, plano de carreira e reajuste do benefício da Condição Especial de Trabalho (CET).

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) atribui a decisão a um "pequeno grupo" dentro da corporação, e informa que a situação é monitorada. O comandante-geral da PM, coronel Anselmo Brandão, negou que a paralisação anunciada pela Aspra represente o efetivo da categoria, e garantiu que os policiais continuarão nas ruas (ler mais abaixo).