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Da Redação
Publicado em 26 de março de 2021 às 05:00
- Atualizado há 2 anos
Business são business , toda e qualquer empresa independente do porte e setor, não pode deixar de olhar para os números, o lado financeiro fala mais alto, dita caminhos e norteia tomada de decisões.>
Não se pode gastar mais do que ganha, isso não é novidade para ninguém, até mesmo a Adidas e Nike se começam a gastar mais do que faturam, vão ter grandes problemas. Justamente por isso, as marcas, empresas e instituições sabem bem a necessidade de gerar valores cada vez maiores e mais concretos, até mesmo a NFL (National Football League).>
A liga esportiva profissional de futebol americano dos Estados Unidos gera mensalmente valores ultra interessantes, mas uma vez no ano ela tem sua data especial, em que acontece o final do campeonato, o Super Bowl.>
Mas para que voltar em algo que já aconteceu?>
Pois é, é assim que as grandes empresas existem e aprendem, olhando para o passado e analisando os resultados, marcas, métricas e mapeando aprendizados.>
Vamos olhar o Super Bowl em especial. Ele reúne marcas grandes, investimentos gigantes e nomes de peso, neste ano, cada anunciante que desejou exibir uma propaganda de 30 segundos no intervalo investiu cerca de US $5,6 milhões nesse tempo, dentre as empresas podemos destacar M&M’s, Gm e Doritos. No entanto, momento em que função da pandemia da COVID-19 as pessoas estão em casa, o espetáculo não trouxe o número de espectadores que era esperado, as pessoas estão em casa, mas não estavam na frente das TVs, elas optaram por isso!>
Cerca de 92 milhões de espectadores acompanharam o evento, e mesmo assim, a audiência de TV da atração foi a menor em 15 anos, o que leva a muitas questões individuais e de apresentação, para entender precisamos olhar o evento como um todo.>
O jogo era bom, de um lado Tom Brady pela primeira vez disputando um Super Bowl pelo Tampa Bay, do outro Patrick Mahomes, o maior contrato da história do esporte (EUR 446M), ingredientes perfeitos para mais um Super Bowl de sucesso.>
O show do intervalo é um acontecimento, e neste ano investiu em um artista que agrega muito a apresentação. The Weeknd está no topo das paradas, um head line negro que ostenta com orgulho o seu cabelo afro totalmente coerente e necessário com o momento que vivemos.>
Os comerciais, mais uma vez, foram históricos e minuciosamente elaborados, como foi o caso do comercial da Cadillac, feito especialmente para o evento e que gerou bastante comentários pela proposta legal, simples de entendimento rápido, além da referência cinematográfica histórica.>
Então como a soma de fatores como estes podem não resultar em um sucesso retumbante?>
As marcas/instituições/organizações/artistas precisam saber se adequar ao mercado. Um evento por mais que seja grandioso, e cheio de recursos, precisa conversar com a realidade das pessoas.>
O mercado clama por uma polarização consciente, em que as ações de marcas e personalidades tenham uma conexão real com o que acontece com os consumidores, criando assim, uma relação que sempre é apoiada e garanta uma eterna presença e apoio, seja financeiro ou de qualquer outra forma.>
A final da liga deveria refletir o momento que as pessoas vivem, ou seja, continuar sendo um espetáculo, mas evidenciar e criar laços com o que está acontecendo no mundo. E aqui trago uma reflexão, teremos este ano as Olimpíadas, e muito provavelmente para evitar uma situação de abandono da audiência, tal qual foi no Super Bowl, é provável que vejamos da abertura até a finalização muitas apresentações que busquem uma conexão com as pessoas e com a realidade que vivemos no mundo, assim espero no meu jeito otimista de ser.>
Esse provavelmente é o caminho das marcas e empresas, não apenas produzir, mas também se conectar de verdade, criar laços, fidelizar.>
O que nos faz voltar ao início, em que empresas com longevidade e prosperidade precisam prestar a atenção aos fatores econômicos de negócio, e como eles podem e devem manipular e participar de acontecimentos e ações.>
Empresas e marcas de sucesso precisam entender a audiência e trabalhar com ela. Ser destaque é uma ação difícil, complicada e que faz grandes exigências.>
Para o próximo Super Bowl é possível fazer algumas previsões: A primeira delas é que possivelmente não teremos um aumento no valor pago por comerciais, já que a entrega desse ano não foi um recorde.>
A segunda é que a NFL deve investir em ações mais seguras para divulgação, como por exemplo, um artista para cantar no intervalo com maior apelo imediatista de consumo, talvez um grupo de K-pop?>
Pode ser, já que eles estão movimentando o mercado de streaming com uma força gigantesca e os fãs agem como um exército do like. Mas ao mesmo tempo é uma novidade que pode envolver um aspecto cultural muito grande, com isso, a NFL estaria disposta?>
Vale lembrar que no ano passado tivemos um show comandado por estrelas Latinas!>
Podemos esperar também um investimento maior em divulgação como um todo, como um pilar crescente em situações semelhantes, é provável que antes da próxima final exista uma variedade de matérias, releases e vídeos atraindo o público para viver um momento histórico no esporte, mas super importante que não deixem de se conectar com as realidades das pessoas, a audiência quer verdade, aproximação e se sentir parte do espetáculo.>
O que aconteceu com a NFL esse ano indica um caminho para todas as marcas, empresas e eventos. O crescimento da força digital não é novidade, mas a forma com que ele deve ser trabalhado em um momento de pandemia é. A audiência não é boba, não se pode mais agir como se nada tivesse acontecido, como se o mundo tivesse superado a pior crise sócio econômica já vista, é preciso se adaptar.>
O pirotécnico e o show por si só já não são uma garantia de sucesso. Empresas e marcas precisam evoluir na comunicação e na divulgação, usando influência e amadurecendo os aprendizados de um no histórico.>
A NFL continuará sendo uma das minhas maiores referências quando o assunto é marca, negócio e entretenimento, não ter o lucro esperado é um risco que todos estão dispostos a enfrentar, mas não gerar retorno que as marcas esperam é o que acende a luz vermelha.>
Por Gabriel Lima é COO da MField>
Conceitos e opiniões expressos nos artigos são de responsabilidade dos autores>