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Armando Avena
Publicado em 26 de julho de 2019 às 05:00
- Atualizado há um ano
O presidente Jair Bolsonaro começa a viabilizar medidas para impulsionar a economia brasileira. A liberação de recursos de contas ativas e inativas do FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, juntamente com a liberação de recursos do PIS/Pasep, anunciada na última quarta-feira, vai ter impacto no crescimento do PIB este ano e no ano que vem. O governo prevê que 0,35 pontos percentuais serão adicionados ao crescimento do PIB – Produto Interno Bruto em 12 meses, mas o impacto pode ser maior, pois ocorre num momento em que os fundamentos da economia – juros e câmbio – estão ajustados, a Reforma da Previdência está engatilhada e há uma perspectiva de retomada do crescimento econômico.
Estima-se que o impacto econômico será quatro vezes maior do que a liberação do FGTS ocorrida em 2017, pois a medida agora alcança as contas ativas e inativas, o que significa que quase 100 milhões de trabalhadores serão beneficiados. Ainda este ano serão injetados na economia R$ 30 bilhões e a maior parte desse montante irá inevitavelmente parar na conta de consumo das famílias, estimulando assim todos os setores da economia. Mesmo que uma parte desse montante seja destinado à quitação de dívidas, isso restabelece a capacidade de crédito do consumidor e termina transformando-se em demanda.
O consumo é a mola da economia e uma injeção desse porte tem efeito imediato na ampliação das vendas e na redução da capacidade ociosa, o que, por si só, estimula o investimento. E, dessa vez, o efeito não será tão passageiro, pois o governo estabeleceu o Saque Aniversário para os anos seguintes e, além disso, o trabalhador que optar por esse sistema poderá utilizar os recursos do FGTS recebidos anualmente como garantia para empréstimo pessoal, o que será um poderoso estímulo ao crédito e ao consumo. E, vale lembrar, ao tempo que faz a liberação de recursos do FGTS, o governo procederá a uma redução de 0,5% na taxa de juros, tendência já definida e que será efetivada na próxima reunião do Copom.
A verdade é que, no âmbito econômico, o governo Bolsonaro vem implementando medidas que podem viabilizar um crescimento sustentado. A venda de ativos da Caixa Econômica e do Banco do Brasil, que já atingiram R$ 16 bilhões, a privatização de empresas, como por exemplo a BR Distribuidora, que esta semana tornou-se privada, a assinatura do acordo Mercosul – União Europeia, a liberação do mercado do gás, entre outras medidas, se forem complementadas com a aprovação definitiva da reforma da Previdência, vão compor um cenário extremamente propício ao crescimento econômico. E a liberação dos recursos do FGTS e do PIS/Pasep pode ser o start desse processo.
QUEM VAI COMPRAR A FAFEN A política de redução do preço do gás, que está sendo implementada pelo governo federal, está aumentando o interesse pelo arrendamento da Fafen – Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Bahia. Três empresas que disputam o contrato atenderam aos requisitos exigidos pela Petrobras e estão habilitadas a participar da licitação para arrendamento das fábricas da Bahia e de Sergipe. São elas: Formitex e Proquigel, que já têm fábricas na Bahia, e o grupo russo Acron. A Proquigel já atua no Polo Industrial de Camacari há mais de 40 anos e faz parte do grupo Unigel, maior produtor latino-americano de acrílicos e estirênicos. A Formitex também é um grupo forte e tem planta industrial em Camaçari. Já a Acron está se expandindo no Brasil, e investindo R$ 5 bilhões na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados de Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul. A briga vai ser boa.
OBRAS DO GOVERNO NA BAHIA Entre os ministros do governo Bolsonaro, sem contar a área econômica, o que mais tem anunciado obras e ações é o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. Em Vitória da Conquista, na inauguração do aeroporto Glauber Rocha, ele anunciou a conclusão de investimentos importantes para a Bahia. Segundo o ministro, a duplicação da Rodovia BR-116, na área do Anel de Contorno em Feira de Santana, será concluída até o final do ano e serão entregues também mais 11 km da duplicação na BR-101 na Bahia. E o ministro anunciou que, até o final do ano, o trecho Jaborandi/Coribe/ Cocos da rodovia BR-135, na região Oeste, estará pronto. Além disso, garantiu que no ano que vem será realizada a concessão da Fiol – Ferrovia de Integração Oeste Leste, no trecho de Caetité até Ilhéus, que já tem 76% das obras físicas realizadas.
2020: ANO DO TURISMO NA BAHIA O número de passageiros internacionais que desembarcaram no aeroporto de Salvador aumentou em quase 20%, grande parte oriundos da Argentina. Em julho, a Aerolíneas Argentinas aumentou em 15% o número de assentos oferecidos para Salvador e isso é fundamental, pois a Argentina tornou-se o grande emissor de turistas estrangeiros para a Bahia. No ano passado, mais 200 mil argentinos aterrissaram em Salvador e o segundo maior emissor de turistas estrangeiros foi o Chile. Esse fluxo de chilenos deve aumentar com a entrada em operação do voo direto entre Salvador e Santiago, operado pela Ski Airlines e já anunciado pela Prefeitura de Salvador. Uma campanha promocional nesses dois países seria uma forma de potencializar a vinda de mais turistas. Salvador é hoje a menina dos olhos da América do Sul e várias publicações especializadas estão destacando os encantos da cidade. Esta semana, a conceituada revista espanhola El Viajeiro fez extensa reportagem sobre o assunto. Ao que parece, 2020 será o ano de ouro do turismo em Salvador, já que, além do turismo de lazer, o turismo de negócios vai ser incrementado com a inauguração do novo Centro de Convenções no Jardim Armação.
CRIPTOMOEDAS Tem muita gente investindo o que tem e o que não tem em criptomoedas, as moedas virtuais. E tem muita gente que está oferecendo esse tipo de investimento como se fosse uma aposta ganha, uma barbada. Sem entrar no mérito da questão, vale a pena informar que, a partir de agosto, quem fizer operações com criptomoedas, incluindo bitcoin, ethereum, ripple e outras, deverá apresentar uma declaração com informações à Receita Federal. O objetivo é prevenir crimes como lavagem de dinheiro, sonegação de impostos, financiamento de tráfico de drogas e armas e o terrorismo.
COMÉRCIO INFORMAL De vez em quando, um ou outro empresário do varejo reclama do comércio informal em Salvador, argumentando que a competição é desigual já que a economia informal não paga impostos. A reclamação até procede, mas a informalidade é tão fundamental para a economia de Salvador que, longe de ser combatida, deve ser estimulada. Em Salvador, cerca de 35% da população ocupada é informal, o que corresponde a quase 300 mil pessoas, segundo informa o IBGE. E, na Bahia, o número de trabalhadores informais é ainda maior e representa 50% da população ocupada. Ou seja, é um segmento fundamental até para o próprio varejo, pois uma boa parte da renda dessa população será gasta em suas lojas. Pois é, quando se trata de comércio informal, o caminho é ordenar, jamais reprimir.