O inconsciente é soberano mas cada um tem sua percepção

Na Paulo Darzé Galeria de Arte, mostra solo de Siron Franco nomeada Miragens, até 13 de dezembro

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  • Cesar Romero

Publicado em 9 de dezembro de 2019 às 05:00

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Obra de Siron Franco (divulgação) São 44 pinturas de grandes dimensões com curadoria de Thais e Paulo Darzé. O catálogo, além da reprodução de todas as obras, tem textos de Charles Cosac e de Claudius Portugal.

Nas pinturas, em sua essência, a capacidade do estranhamento do mundo real, o espanto, o mistério que o efeito criador é um fato tangível, tateável, buscando contrafazer ás imagens, desconcertando a imagem real. Há algo sobre ilusão, e a busca do decifrar. As pinturas ficam entre a abstração e a figuração, muito mais para o abstrato. Algumas telas apresentam Insinuações de figura, apenas sugestões, e um pontilhismo que atravessa a cor subjacente, algo velado, oculto que faz vibrar o corpo da cor em luminosidade, e dar ao campo do suporte uma maior ou menor incidência de luz.

Inquieto, o artista pintou assuntos diferentes como nas séries Casulos, Vestígio, Semelhantes, Peles que foi seu melhor momento, Visões, Segredos, Em nome de Deus entre outros e fixam uma forma da dar ao caótico, uma organização plástico visual. Gerando uma nova meditação para o produto artístico, estabelecendo pontes de contato entre a obra realizada e pública. Uma obra de arte vem da reflexão, do meditar, ponderar, raciocinar, ruminar até que o produtor final possa ser considerado um trabalho revelador.

Siron deixa sempre as pinturas abertas, seja para uma revisão própria, seja pela imaginação do público. O inconsciente é soberano. Mas cada um tem sua percepção de mundo e da sua verdade. Os eruditos passam por  um processo penoso na elaboração de seus processos. Nas avaliações críticas, vence quem tem maior pacto com a criatividade, o inusitado. Pensar é buscar opções e fazer escolhas. E bem mais, refletir sobre o já feito, reavaliar. A obra de arte é sempre aberta a novas incursões. Todos os artistas podem mudar seus conceitos e produções no bojo do tempo. Assim atua Siron Franco, fugindo de amaras, das contenções.

As produções artísticas são um jogo em que o artista pode ganhar ou perder. Muito se aprende perdendo, e ganhar sempre é impossível.

Cada artista é refém do seu fazer, marca autoral, grafia e pensar. Siron busca transitar seus trabalhos, transfigurar, converter, até o encontro com o que considera finalizado. Siron é plural, desenhista, pintor, escultor, ilustrador e diretor de arte, mas é na pintura que ele mais se envolve. É um pintor.

Siron Franco nasceu em 25 de julho de 1947, na cidade de Goiás Velho, antiga capital do estado de Goiás. Evoluiu e se fez um dos pintores importantes do País.