Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Linha Fina Lorem ipsum dolor sit amet consectetur adipisicing elit. Dolorum ipsa voluptatum enim voluptatem dignissimos.
Cesar Romero
Publicado em 24 de setembro de 2017 às 06:16
- Atualizado há 10 meses
Em cartaz no Museu de Arte da Bahia, no Corredor da Vitória, a exposição Presciliano Silva – Memórias, homenageando um dos mais importantes pintores baianos. A escolha foi de Pedro Arcanjo diretor do museu para integrar a Semana da Primavera de Museus promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus – Ibram/Minc que acontece em todo país. Presciliano Silva (1883-1965) teve sólida formação. Aos 13 anos de idade ingressou na Escola de Belas Artes, onde estudou Desenho e Pintura. Tomou aulas particulares no Liceu de Artes e Ofícios com Manoel Lopes Rodrigues. Em 1905, aos 22 anos, foi estudar em Paris, com bolsa doada pelo governo da Bahia como ganhador do Prêmio Viagem à Europa. Frequentou a Academia Julian, importante centro de arte e teve como mestres Lefèvre, Fluery e Déchenald. Permanece na França por três anos, período em que produziu considerável coleção de telas. Presciliano sempre foi um grande observador, tinha uma capacidade notável de ver minúcias e criar atmosferas ligadas a um tema escolhido. Nesta mostra, com todo acervo de Presciliano pertencente ao MAB, temos desenhos de primorosa inventiva e pinturas a óleo de refinado fazer. Embora tenha praticado quase todos os gêneros da pintura, com incursões pela pintura histórica e decorativa, figuras e interiores. Destacou-se especialmente nos interiores de igrejas e conventos - das salas capitulares, recantos de sacristias, dos refeitórios, dos claustros, dando uma tradução ao silêncio e à solidão. Domina com precisão as perspectivas lineares e aéreas, a captação de atmosferas sentimentais, harmonias de luzes e sombras como as encontradas no real. Um mistério que se aprofundou com a experiência e o passar do tempo. Um segredo que as cores não repartem, são das manipulações e de seus corpos corantes. Um culto confidencial que o pintor exerce pela intuição pelo poder de observação. Há um suspense na cor, surpresas, especialmente nas cores interpenetrantes que respondem de forma diferenciada as pinceladas e as diluições, inventam um sentimento de emanações complexas. Presciliano Silva é um pintor diferenciado, pode-se ver claramente nesta exposição pinturas acadêmicas e impressionistas, desenhos de nus. No Brasil, morou entre a Bahia e Rio de Janeiro, lecionou na Escola de Aprendizes e Artífices de Salvador, fez carreira docente na Escola de Belas Artes da Bahia, depois de algum tempo seu diretor. Nunca se pode negar a importância de nossos antecessores. Presciliano Silva – Memórias é uma mostra de grande importância para todos que se interessam pela história e fazeres plásticos visuais da Bahia.