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Da Redação
Publicado em 15 de junho de 2019 às 05:00
- Atualizado há um ano
Desde 2016, quando as eleições no Vitória passaram a ter alguma disputa, mesmo que ainda em sistema indireto, Paulo Carneiro joga pra cima de todo mundo o discurso de que ele – e somente ele – poderia tirar o Vitória do buraco técnico em que o clube foi gradativamente sendo soterrado.
Digo buraco técnico porque, até determinado momento, não havia graves problemas financeiros – o inverso é verdadeiro, pois o time chegou a ter disponível o maior orçamento de sua história.
Tomado por consecutivas gestões pífias – com ou sem voto direto -, incapazes de realizar contratações dignas e manter o desenvolvimento da divisão de base, o Vitória começou rapidamente a descer uma imensa ribanceira. Nisso, o caixa esvaziou.
Hoje, o rubro-negro é um clube quebrado, com elenco profissional medonho, atuações risíveis e, no momento, sem nenhuma perspectiva de que a lanternona da segunda divisão possa ser entregue a outra equipe. Pelo que (não) joga, o Vitória simplesmente está onde merece: preso no porão.
Foi Paulo Carneiro quem pintou todo este cenário? Não, mas depois de oito jogos com seis derrotas e 19 gols sofridos, até o pessoal que chama(va) o presidente de “mito” já começa a perceber que, na prática, a teoria do salvador não para em pé.
No São João, Carneiro completa dois meses no comando do Vitória. Neste período, no que diz respeito ao campo, ele demitiu um treinador e contratou outro, se livrou de uns jogadores que em nada ajudavam, trouxe uns tantos de nível igual ou pior e “estimulou” o elenco falando da pancinha de um e outro por grupo de WhatsApp. O futebol de bando segue firme.
Fora de campo, o máximo que Paulo Carneiro conseguiu foi afastar parcelas altamente relevantes da torcida rubro-negra. Primeiro aumentou exponencialmente o valor do ingresso (para depois baixar um pouco ao notar que o método fez água). Depois, quando questionado sobre o valor exorbitante dos novos uniformes, disse que “não existe esse negócio de preço popular. (...) Quem sempre foi time popular não é o Vitória”. Em que ano o presidente vive?
Como se tivesse poucos problemas proeminentes a resolver, esses dias Paulo Carneiro resolveu combater o apelido dos jogadores, talvez imaginando que isso vá mudar o desempenho do time. A implicância mira em alcunhas bobas, como Matheus Manga ou Farinha, mas, se alguém levar tal bobagem a sério, Neto Baiano passa a ser chamado de Euvaldo José.
Trata-se de algo tão sem sentido que, no site oficial do clube, os jogadores seguem identificados com seus apelidos (ainda bem). Na cabeça de Paulo Carneiro, porém, o zagueiro Dedé agora é Diney.
Ainda bem que ele só inventou esse factoide agora. Se tivesse a brilhante ideia em outros tempos, quando também era presidente, hoje a torcida rubro-negra não poderia encher a boca pra dizer que saíram daqui nomes como Dida, Vampeta e Pet.
Quer mais? A turma de Paulo Carneiro no Conselho Deliberativo conseguiu empurrar somente membros de sua chapa na comissão que deve propor uma atualização no estatuto rubro-negro.
Abaixo do porão está o fosso. E o Vitória parece bastante atraído por ele.
Victor Uchôa é jornalista e escreve aos sábados