Oportunidade de ouro: Fórum discute sustentabilidade e inovação na mineração

Evento reuniu autoridades públicas e representantes do setor para discutir o potencial de expansão da atividade no estado

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  • Priscila Natividade

Publicado em 15 de agosto de 2019 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/ CORREIO
'O grande gargalo está na falta de financiamento', afirma o presidente da CBPM, Antônio Carlos Tramm por Foto: Marina Silva/ CORREIO

As chances de desenvolvimento econômico do estado irão depender dos seus recursos minerais. Esta é a aposta de quem trabalha na cadeia de produção mineral e que ficou demonstrada ontem durante a realização do I Fórum Internacional de Sustentabilidade na Mineração, promovido pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) e a Secretaria de Ciência Tecnologia e Inovação da Bahia (Secti), com o apoio do CORREIO, no auditório da Federação das Indústrias da Bahia (Fieb). 

O evento debateu os caminhos para levar a este desenvolvimento, levantando os esforços necessários e as potencialidades do setor. Mais que isso, o fórum, que culminou com o lançamento do Hub de Mineração da Bahia, mostrou a união do setor para vencer desafios e realizar  suas possibilidades.  

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Com o auditório lotado e mais de 300 inscritos, o fórum contou com a participação de representantes dos governos federal e estadual, empresas que atuam no segmento e mais entidades representativas. Segundo o presidente da CBPM, Antônio Carlos Tramm, é importante não só identificar os minérios que estão no subsolo baiano, mas também torná-los produtivos. “O grande gargalo está na falta de financiamento para fazer essa mineração que começa na pesquisa. É necessário criar um fundo para financiar este capital de risco”. 

Participante da mesa de abertura assim com Tramm, o secretário de mineração do Ministério de Minas e Energia, Alexandre Vidigal, destacou a necessidade da conclusão das obras da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e do Porto Sul. “Todos os produtos minerais demandam transporte eficiente e de larga escala.  A Fiol e o Porto Sul são as soluções para impulsionar a mineração na Bahia”, pontuou. 

O diretor geral da Agência Nacional de Mineração (ANM), Victor Bicca, concordou: “É um projeto estratégico para o desenvolvimento do estado. Por isso o governo está em vias de publicação de um edital para a conclusão das obras”. 

Riqueza escondida

Ocupando atualmente a quarta posição de maior produtor de minérios do país, a melhoria na infraestrutura pode colocar a Bahia em terceiro lugar neste ranking. O secretário da Casa Civil do governo do estado, Bruno Dauster, destacou que atualmente a atividade responde por cerca de 2 % do Produto Interno Bruto (PIB) do estado, mas que esse percentual pode crescer, já que no subsolo dos mais de 567 mil quilômetros de área da Bahia existem 45 substâncias minerais com potencial comercial já identificadas. 

“A Bahia ainda tem uma exploração muito reduzida e uma possibilidade efetiva de fazer uma exploração econômica, moderna, industrial e sustentável. Se não investirmos nisso, não teremos condições de desenvolver nosso estado”, avaliou.

Para o presidente da Fieb, Antônio Ricardo Alban, as reservas minerais são tão importantes para o crescimento econômico, quanto o setor de energia renovável e de celulose, sobretudo, nas regiões semiáridas. “É uma atividade que é capaz de viabilizar muito desenvolvimento social nestas áreas se nós conseguirmos inovar no aumento dessa capacidade produtiva juntos. Isso vai fazer uma diferença enorme”.

O I Fórum Internacional de Sustentabilidade na Mineração é uma iniciativa da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) e da Secretaria de Ciência Tecnologia e Inovação da Bahia (Secti), com o apoio do CORREIO, que tem como patrocinadores a Companhia Vale do Paramirim, Bahia Mineração (Bamin), Sindicato das Indústrias Extrativas de Minerais (Sindimiba) e a Vanádio de Maracás S/A.