Os ídolos da extrema direita

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  • Paulo Leandro

Publicado em 4 de março de 2020 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Houve um tempo em que a extrema direita era um lugar de vida, de alegria, de espetáculo e, no melhor sentido, da palhaçada do circo da bola. O extrema-direita, assim como o esquerda, jogava colado à linha lateral.

Ao receber a pelota, partia para os marcadores, em fila. Entorta um, bota debaixo da saia do outro, faz que vai, não vai, e a galera esbaldava-se: todo mundo levantava para o show do camisa 7.

Pedi ajuda aos amigos de “fêice” para lembrar extremas-direita divertidos. Dos que vi jogar, Osni influenciou meu modo de ver o mundo e a escolha de ser cronista e pesquisador de futebol.

Rui Botelho lembrou que gente de outras torcidas ia ao estádio só para ver o gigante brincar de bola. A experiência estética marcou a vida de milhões de torcedores.

Dos extremas-direita que não vi jogar, em estádio, Mané Garrincha foi o meu indicado. Tanto Osni, na categoria torcedor presente, como Mané, na categoria torcedor pesquisador, foram unanimidades. Nenhum dos 89 amigos em rede divergiu.

Vou citar alguns dos extremas-direita lembrados. Valdomiro, do Internacional, aprendeu pela insistência, aplicando a dignidade moral do trabalho, ao treinar seus cruzamentos.

Zequinha, do Botafogo, uma vez me deu tristeza, ao tocar por cima de meu “quíper” Agnaldo: perdemos de 3x0. Julinho Botelho, nosso ponta em 54, não foi em 58, ao alegar constrangimento por atuar na Fiorentina, da Itália.

Vejam como o fútil-ball mudou: o cara escreveu uma carta se desconvocando porque atuava no exterior! Foi aí que Garrincha entrou na lista de Feola, começando reserva até pegar a posição no 2x0 sobre a URSS.

Outro citado foi Hêider, do Vitória campeão de 1985. Tem uns que não lembro, como Claudinho, do São Bento... Naldinho eu sei porque era repórter foca (iniciante) e eu cobria a Catuense. Começamos juntos, ele jogando, PL escrevendo.

Natal, Tirson e Marito, do Bahia; Wilton, ex-Flu do Rio e Vitória; Nilton Batata... apareceu um Carlinhos de Itabuna... Cafuringa, também do Flu; Renato Gaúcho, Mauricinho, e mais para trás no túnel do tempo, Telê e Tesourinha...

Osni nos deu a honra de participar, ao lembrar ter sido 5 vezes artilheiro e duas, vice, do Campeonato Baiano: maior artilheiro da Fonte Nova, com 160 gols, 83 pelo Vitória e 77 no Bahia, além de campeão e técnico pelo Tricolor.

Vaguinho, do Corinthians e Atlético-MG; Paulo Borges, Bangu; Reinaldo, do Fla, e um Nado, do Vasco, que o amigo Albany Sampaio teve a fineza de informar um breve perfil; Caíto, do Remo de meu irmão paraense Aleksei Turenko, entraram na lista.

Alguns citados já não correspondiam ao padrão extremista, assassinado pelas táticas de desconstrução e destruição, parecendo até aquele país... Mário Tilico, Muller, Paulo Nunes et alli foram barrados. Mas Jairzinho sabia jogar na extrema e no meio. Titular!

Quem apareceu para dar moral à resenha foi Douglas, craque de bola e de caráter. Termino este texto com um gol de placa assinado por ele: 

“Osni era fera, jogava tanto pela ponta, como pelo meio, um jogador muito difícil de marcar, devido sua facilidade de driblar, para o lado direito, como para o esquerdo, além de saber fazer gol. Gênio!”.

(Ah, ia esquecendo de citar Maneca, baiano da Seleção vice de 50!)

Paulo Leandro é jornalista e professor Doutor em Cultura e Sociedade.