Pai não é rede de apoio

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  • Edgard Abbehusen

Publicado em 11 de setembro de 2021 às 10:48

- Atualizado há um ano

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Por muitas vezes, eu fiquei confuso sobre como apoiar Jéssica, sobre como fazer para amenizar o seu cansaço físico e mental e sobre o que dizer para ela quando desabafava comigo. Aí, um dia, ela escreveu algo na internet sobre estar distante da sua rede de apoio por conta da pandemia.

A sua família, suas amigas e pessoas próximas todas morando em outra cidade. Sem poder receber visitas. Eu confesso que fiquei magoado. Um sentimento egoísta, né?

Em um de nossos papos, soltei uma ironia. “Poxa, você reclamando que sente falta de uma rede de apoio. E eu sou o quê?”. Ela respondeu: “PAI! Você não é rede de apoio”. A ficha caiu.

O machismo estrutural é difícil de ser desconstruído, mas é possível. É um esforço que vale a pena, acredite. Ser pai é a coisa mais bonita que existe nesse mundo e eu digo pra vocês: não percam a oportunidade de serem pais. Não é ajudar a mãe do seu filho. Não é que seja bonitinho fazer um papel que é a nossa obrigação. Nossas responsabilidades são as mesmas: aprender a cuidar de um ser humano que depende exclusivamente da gente, muitas vezes, é doloroso.

Responsabilidade pesa. Não vou romantizar nada aqui. E essa fase, quando compartilhada, fica mais fácil de ser atravessada. Esse aprendizado compartilhado fica mais fácil de ser compreendido.

Às vezes, estamos exaustos. Muitas vezes perdemos noites seguidas. Quando está muito difícil, lembramos que isso é uma fase da qual iremos sentir saudades no futuro. Como pai, entendo que Jéssica muitas vezes está exausta, sobrecarregada e no limite, por mais apoio e ajuda externa que ela receba. E aí, mais do que nunca, preciso assumir o meu papel de pai. Com participação ativa.

Dou banho, arrumo, dou a janta e/ou o almoço. Por muitas vezes, na madrugada, perdemos a noite juntos.

Eu resolvi escrever isso tudo não para ganhar biscoitos por fazer a minha obrigação, mas para lembrar a outros pais que estão aí, achando que fazem do pouco o suficiente, que eles precisam fazer ainda mais. Responsabilidade e consciência vão ajudar nossos filhos a crescerem em um ambiente saudável.

Rede de apoio são os avós, dindos, tios, amigos... Mas pai, como bem me lembrou Jéssica, É PAI.