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Da Redação
Publicado em 13 de novembro de 2017 às 06:00
- Atualizado há 2 anos
As mensalidades das escolas particulares de Salvador devem subir, em média, 7,5% a partir de janeiro. E, em cenário pessimista, os salários da maioria dos trabalhadores só devem ser reajustados em até 3%. Números que obrigam as famílias a serem ainda mais criteriosas na hora de estudar e fazer o orçamento do ano que vem, para evitar dívidas e a ciranda financeira do cheque especial. >
O CORREIO chegou a estes percentuais ao observar a tendência dos últimos três anos (2014, 2015 e 2016), quando o preço das mensalidade teve um aumento médio de 3,5 pontos percentuais acima da inflação oficial (IPCA) do ano anterior. A reportagem recorreu a este cálculo diante negativa da maioria das escolas consultadas e do Sindicato das Escolas Particulares (Sinep) e da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) em adiantar qual seria o aumento médio das mensalidades para o ano que vem. As justificativas dadas são as de que as escolas ainda não fecharam suas planilhas de custos e investimentos e que cada unidade tem a liberdade de reajustar a mensalidade a partir de suas próprias necessidades. >
Hora de negociar: especialista orienta como adequar o reajuste escolar ao orçamento>
Para o economista e educador financeiro Francisco Rodrigues, a maioria das categorias dos trabalhadores não deve ter reajuste anual superior a 3%, já que, acredita, as empresas vão argumentar que ainda estão em fase de recuperação da crise. Outro a colaborar com a estimativas foi o colunista de Finanças Pessoais do jornal, Edísio Freire. >
Lei>
Para Nelson Souza, membro da diretoria do Sinepe, o sindicato não pode prestar informação sobre reajuste escolar neste momento. “Não existe percentual de reajuste porque a legislação é muito clara. Ela diz que é obrigatório 45 dias antes da matrícula estabelecer o preço de acordo com uma planilha de custos”. A lei a qual Nelson se refere é a 9.870. Nela, fica determinado que “poderá ser acrescido ao valor total anual o montante proporcional à variação de custos a título de pessoal e de custeio (...) mesmo quando esta variação resulte da introdução de aprimoramentos no processo didático-pedagógico”.>
Para os pais que quiserem saber quais foram os investimentos que justificam o reajuste da mensalidade, basta procurar a escola. Segundo Nelson, caso o acesso seja negado, os pais devem recorrer ao Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) ou à Justiça.>
Para caber no bolso>
Com um aumento das mensalidades 3,5 pontos maior que o salário, os pais devem apertar o cinto. Na hora de fazer as contas para determinar quanto deve ser destinado aos estudos, o educador financeiro Francisco Rodrigues reconhece que “essa é uma conta relativa porque muitos abrem mão de qualquer coisa para investir na educação dos filhos”. No entanto, sua recomendação é que esse valor não passe de 20% da receita líquida das famílias.>
A administradora Estefânia Medeiros segue a recomendação. Ela tem dois filhos, de 8 e 14 anos, que estão no ensino fundamental e médio. Para conseguir segurar as pontas e ficar dentro da meta de gastar entre 15% e 20% do orçamento da sua família, ela aposta na educação financeira de todos, inclusive das crianças. “Fazemos como se fosse um bazar e eles mesmo avaliam se os materiais escolares podem ser reutilizados no outro ano. A ideia é que tenham noção de que tudo tem um custo”. >
Apesar da escola dos meninos ainda não ter anunciado o reajuste para 2018, ela acompanha as expectativas anunciadas nos noticiários para já se preparar. Para isso, a família tem uma planilha de custos onde fica detalhado o que pode ser reduzido caso precise arrochar as finanças. Jonathan Souza, consultor financeiro, diz que saber o quanto antes as variações nas despesas e receitas anuais é essencial para as famílias não serem pegas de surpresa e possam adaptar rapidamente a sua realidade financeira ao cenário econômico. >
Uma de suas dicas é a de usar o 13º salário para manter as contas no azul. “Vai ser algo que posso usar agora no fim do ano ou me adaptar aos aumentos do ano que vem".>
Escola Série Mensalidade/ 2017 Mensalidade prevista/ 2018 Marista (Patamares) Ensino fundamental I (1º ao 5 º ano) R$ 1.254,00 R$ 1.348,00 (valor confirmado) Marista (Patamares) Ensino fundamental II (6º ao 9º ano) R$ 1.380,00 R$ 1.483,50 (valor confirmado) Marista (Patamares) Ensino médio (1º e 2º ano) R$ 1.591,00 R$ 1.710,50 (valor confirmado) Marista (Patamares) Ensino médio (3º ano) R$ 1.933,00 R$ 2.078,00 (valor confirmado) Anchietinha (Itaigara) Ensino Fundamental I (1º ao 5º ano) R$ 1.938,00 R$ 2.083,35 Colégio Anchieta (Pituba) Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano) R$ 2.343,00 R$ 2.518,72 Colégio Anchieta (Pituba) Ensino médio (1º ano) R$ 2.589,00 R$ 2.783,17 Colégio Anchieta (Pituba) Ensino médio (3º ano) R$ 3.198,00 R$ 3.437,85 Colégio Antônio Vieira Ensino Fundamental I (1º ano) R$ 1.350,00 R$ 1.451,25 Colégio Antônio Vieira Ensino Fundamental I (2º ao 5º ano) R$ 1.220,00 R$ 1.311,50 Colégio Antônio Vieira Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano) R$ 1.298,00 R$ 1.395,35 Colégio Antônio Vieira Ensino médio (1º e 2º ano) R$ 1.595,00 R$ 1.714,62 Colégio Antônio Vieira Ensino médio (3º ano) R$ 1.863,00 R$ 2.002,72 Colégio Módulo Ensino fundamental II (6º ao 9º) R$ 1.809,00 R$ 1.944,67 Colégio Módulo Ensino médio (1º e 2º ano) R$ 2.058,00 R$ 2.212,35 Colégio Módulo Ensino médio (3º ano) R$ 2.528,00 R$ 2.717,60 Colégio Oficina Ensino fundamental (6º ao 9º ano) R$ 1.860,00 R$ 1.999,50 Colégio Oficina Ensino médio (1º e 2º ano) R$ 2.115,00 R$ 2.273,62 Colégio Oficina Ensino médio (3º ano) R$ 2.720,00 R$ 2.924,00 Colégio São Paulo Ensino Fundamental I (1º ao 5º ano) R$ 1.819,00 R$ 1.955,42 Colégio São Paulo Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano) R$ 2.048,00 R$ 2.201,60 Colégio São Paulo Ensino médio (1º e 2º ano) R$ 2.342,00 R$ 2.517,65 Colégio São Paulo Ensino médio (3º ano) R$ 2.927,00 R$ 3.146,52 >
*Entenda o cálculo: o CORREIO subtraiu o IPCA dos últimos três anos pelo reajuste de mensalidade do mesmo período. A média simples da diferença deu 3,5 pontos percentuais. Como o IPCA de 2017 está em 4,01%, ao ser somado 3,5, é previsto que as mensalidades aumentem 7,5%. Essa é apenas uma estimativa e os valores podem variar de acordo com cada escola. >
DICA DA SEMANA: ESCOLA NO ORÇAMENTO>
Porcentagem O recomendando é que os gastos com educação não ultrapassem 20% da receita da família. Caso você esteja extrapolando esse valor, reveja suas contas. Não há problema, desde que essa seja a prioridade do casal.>
Reajustes O reajuste da mensalidade deve ser maior do que o reajuste salarial na maioria das categorias. Portanto, se o orçamento não está no azul, analise se poderá arcar com o aumento e tente negociar.>
Planilha A escola já divulgou o reajuste para 2018? Coloque os novos valores na planilha de orçamento do ano que vem e veja como os seus gastos vão se comportar. Essa é uma forma de prevê possíveis dívidas e fazer readaptações.>
Diálogo Ladybug e outros desenhos animados estão em alta. Isso significa que os preços de materiais escolares associados a essas figuras devem ser mais caros. Um bom diálogo com os filhos já ajuda a economizar.>
13º salário Aposte a segunda parcela do décimo terceiro nos gastos com a educação. Essa é uma forma de começar o ano com as finanças mais leves e com menos parcelas a pagar.>
Reserva A cada ano que passa a mensalidade fica mais cara, até porque o seu filho vai mudando de série. Sendo assim, ao longo do ano reserve um dinheiro e coloque em uma aplicação. Isso pode garantir que você pague a anuidade de um ano adiantado.>
De uma vez só As escolas oferecem a possibilidade de dividir a anuidade em até 12 vezes. Por outro lado, se os pais poderem pagar tudo de uma vez, rola desconto.>
Matricule dois, leve... Tem mais de um filho estudando na mesma escola? As instituições também costumam conceder descontos. Converse com o setor financeiro.>
Na data Evite atrasos. Algumas escolas concedem descontos quando o pagamento da mensalidade é feita dentro da data. Além disso, é comum que haja acréscimos para os atrasados.>
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