Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Da Redação
Publicado em 29 de julho de 2019 às 15:59
- Atualizado há 2 anos
Com três anos, a pequena Sophia Gabriele Lima, ainda não estuda, mas não é por falta de vontade da mãe, Thamires Lima, 25. A dona de casa já procurou uma vaga para a filha nas pré-escolas da rede municipal, mas não teve sucesso. Agora, ela recorre ao programa Primeiro Passo, que passa a oferecer auxílio de R$ 65 para as famílias matricularem seus filhos de até cinco anos de idade em escolas particulares do bairro onde moram.>
O programa municipal, criado em 2015, foi reformulado e as mudanças apresentadas pelo prefeito ACM Neto nesta segunda-feira (29), na área verde do Parque da Cidade. Além do reajuste de 30% no valor do auxílio, que passa de R$ 50 para R$ 65 por criança, já em vigor a partir de agosto próximo, todas as 500 famílias que estão na lista de espera serão incluídas automaticamente no programa. A terceira novidade é que serão abertas novas inscrições para famílias interessadas - que poderão encontrar mais detalhes no site www.primeiropasso.salvador.ba.gov.br. >
“Vim fazer o cadastro do Primeiro Passo para minha filha de três anos. Hoje eu quero ver se acho vaga na escola pública e, se não conseguir, fazer o cadastro para receber o dinheiro. Com o dinheiro eu vou pagar a escola”, contou Thamires.>
Para o prefeito, o Primeiro Passo é um dos esforços feitos pela Prefeitura para a realização da universalização do acesso à creche e pré-escola. A ação, em conjunto com a construção de novas unidades de ensino e a implantação do programa Pé na Escola - de aquisição de vagas em creches privadas -, tem trazido resultados positivos para a capital baiana.“Estamos comemorando o resultado do último dado do IBGE de que a cidade possui 98,4% de oferta de vagas na pré-escola. Isso significa, tecnicamente, ter universalizado esse acesso (ao ensino) para crianças entre quatro e cinco anos. Além disso, somos a terceira maior cidade do Brasil em termos de vagas ofertadas em creche”, informou ACM Neto.Ele ainda complementou que o principal objetivo é de que as crianças, incluindo as beneficiárias do Primeiro Passo, estejam matriculadas em uma unidade de ensino. “O programa é transitório. Nós queremos realmente que a criança frequente a sala de aula. Enquanto não houver a vaga, o benefício vai ajudar aos pais a pagar uma creche ou um cuidador”, afirmou o prefeito.>
Atualmente, são cerca de 20 mil famílias soteropolitanas beneficiadas com o Primeiro Passo. >
Para a secretária de Políticas para as Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), Rogéria Santos, a mudança no valor do benefício era necessária para acompanhar a subida dos preços desde que o programa foi criado pela pasta. >
“A gente sabe que cuidar de uma criança nessa faixa etária não é fácil. Quatro anos e meio se passaram e há uma defasagem econômica. O aumento é de crucial importância para que se mantenha o padrão no cuidado com as crianças”, apontou a secretária, ao lado do vice-prefeito Bruno Reis, do secretário da Educação (Smed), Bruno Barral, entre outras autoridades e população.>
Mãe de uma das crianças beneficiadas pelo Primeiro Passo, Rosseli dos Santos, 32, é dona de casa e tem que desembolsar mais de R$ 90 para pagar a mensalidade do Centro Educacional Milenium, onde estuda seu filho Paulo Henrique Gomes, de 5 anos.>
“O aumento do valor é muito importante. Eu pago cerca de R$ 90 na escola e qualquer pouquinho mais ajuda porque o benefício é só para ele. Qualquer valor que a mais é uma ajuda na renda”, disse.>
Fila de espera No evento, o prefeito também anunciou que o município vai zerar a fila de espera para ingressar no programa. De acordo com Neto, as cerca de 500 famílias que esperavam por uma vaga vão ingressar no Primeio Passo a partir do próximo mês.>
A dona de casa, Liliane Lima, 33, conta que entrou na fila do programa quando a filha, Paloma Vitória Santos, nasceu, há três anos. Nesta segunda, ela já foi chamada para se inscrever no Primeiro Passo. “Eu fui na prefeitura-bairro do Pelourinho e fiz a pré-inscrição no Primeiro Passo. Eles me mandaram vir aqui me inscrever para entrar no programa”, relatou.>
Quem já não aderiu ao programa no evento desta segunda, deve agendar o atendimento no Fala Salvador, pelo número 156. O agendamento segue a ordem do final do NIS, conforme a lista abaixo:>
NIS (1) de 12/08 a 15/08 NIS (2) de 16/08 a 21/08 NIS (3) de 22/08 a 27/08 NIS (4) de 28/08 a 02/09 NIS (5) de 03/09 a 06/09 NIS (6) de 09/09 a 12/09 NIS (7) de 13/09 a 18/09 NIS (8) de 19/09 a 24/09 NIS (9) de 25/09 a 30/09 NIS (0) de 01/10 a 04/10>
NIS é o Número de Identificação Social. É um número de cadastro atribuído pela Caixa Econômica Federal às pessoas que serão beneficiadas por algum projeto social e ainda não possuem cadastro no PIS (Programa de Integração Social). >
Novos cadastros Com o final da lista de espera, outras crianças vão poder entrar na fila para poderem receber o benefício. Na assinatura do decreto, o gestor municipal informou que a SPMJ está autorizada a fazer novos cadastros no programa. >
“Autorizo a SPMJ a iniciar uma campanha para novos cadastramentos no programa Primeiro Passo. Vamos manter a base atual e cadastrar e pagar os 500 da fila. Além disso, vamos autorizar novas inscrições para novos beneficiários”, esclareceu o prefeito.>
A prefeitura vai buscar os novos beneficiários no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), mas quem quiser se inscrever no Primeiro Passo também pode ligar para o Fala Salvador, no ramal 156. Apenas famílias beneficiárias do Bolsa Família e com filhos de até 5 anos podem se cadastrar. >
Mesmo quem já faz parte do programa deve se atentar para não perder o benefício. No início do ano, a prefeitura abriu o recadastramento no programa e quem não compareceu às prefeituras-bairro teve o auxílio suspenso.>
Com dois filhos inscritos no programa, a dona de casa Camila Magalhães, 31 anos, não fez o recadastramento e teve o benefício suspenso. Ela foi até o Parque da Cidade nesta segunda para compreender o que havia acontecido. “Dois dos meus sete filhos fazem parte do programa, mas nesse mês cortou, não recebi. Eu usava o dinheiro para comprar as coisas dos meninos, que tem 3 e 4 anos”, contou.>
Para resolver o problema é fácil. Bruno Barral explicou que quem teve o benefício suspenso deve comparecer às prefeituras-bairros e atualizar o seu cadastro.>
Novos dados Na ocasião, também foram anunciados os novos dados da cobertura da rede municipal de Salvador. De acordo com o prefeito, os esforços da sua gestão permitiram que a capital saísse de uma dos piores posições em atendimento em educação infantil para a terceira cidade do país em oferta de vagas nas creches.>
Também foi anunciado que a capital cresceu em matrículas em pré-escola, que aceita crianças entre a creche e a alfabetização. Neto informou que dados do IBGE apontam que 98,4% das crianças soteropolitanas entre 4 e 5 anos estão na escola.>
Atualmente em Salvador, a rede municipal possui 100 unidades de ensino que ofertam exclusivamente Educação Infantil. Outras 158 instituições acolhem alunos da educação Infantil e do Ensino Fundamental. Ao todo, essas 258 unidades oferecem mais de 45 mil vagas de Educação Infantil.>
O secretário de educação do município, Bruno Barral, comemora a evolução da oferta de educação para crianças na cidade. “Como você pode exigir que a crianças leia e escreva na idade certa se você não oportuniza a pré-escola e a creche? Essa oportunidade permite que a gente garanta a alfabetização e que a criança siga o fluxo escolar da forma mais estimulada e contínua possível”, disse.>
Pé na Escola Além do Primeiro Passo, a prefeitura de Salvador também possui o programa Pé na Escola, que paga bolsas para crianças de 4 e 5 anos em escolas particulares parceiras do projeto. A lei que regulamenta o programa foi sancionada em dezembro de 2018 e permite que até 10 mil auxílios sejam concedidos. De acordo com o secretário de educação, foram matriculadas cerca de 2.300 crianças nestes sete meses de projeto.>
As escolas parceiras do programa da Smed devem ter autorização de funcionamento expedida pelo Conselho Municipal de Educação (CME), idoneidade, regularidade fiscal e ter sede no município. Além disso, as instituições devem funcionar em locais onde não há vagas ofertadas pela Prefeitura, seja através da rede própria ou por meio de convênio. A prioridade será para as famílias beneficiárias do programa Primeiro Passo.>
*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro>