Pandemia: base tricolor tem treino à distância e apoio pedagógico

Coordenador do Bahia conta como o clube tem se virado para manter a formação dos atletas

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  • Gabriel Rodrigues

Publicado em 21 de maio de 2020 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: EC Bahia/Divulgação

Se por um lado os jogadores do time profissional do Bahia têm recebido orientações e treinos diários para manter a forma e perder o mínimo possível da forma física para quando o futebol for retomado, por outro, os atletas das divisões de base têm seguido um caminho semelhante, mas com algumas atividades extras.

Com os treinos na Cidade Tricolor paralisadis por conta da pandemia do novo coronavírus, os jogadores que fazem parte das categorias inferiores do Esquadrão têm recebido o apoio do clube para se manterem ativos.

“O que temos tentado dia após dia com eles é manter uma rotina tanto de treinamentos físicos como o treino com bola. Às vezes o desafio com habilidades, fazer um campeonato de embaixadinhas na sala de casa, no quintal, para que eles mantenham algum contato com a bola e algum nível de treinamento”, explica Roberto Braga, coordenador da base do Bahia.

Mas o auxílio não vem só com orientações da preparação física e treinadores. Como os futuros jogadores ainda estão no processo de formação, também são auxiliados em questões pedagógicas e psicológicas. Com o uso do vídeo, eles se mantêm conectados ao clube através de palestras com ídolos ou referências do esporte. O zagueiro baiano Dante, por exemplo, que disputou a Copa do Mundo de 2014 com a Seleção Brasileira, foi um dos convidados a conversar para a garotada.

“Temos feito com eles semanalmente ações com o nosso núcleo social. A pedagogia tem mandado trabalho de escolas para eles não perderem essa sequência do ano. Temos conseguido promover lives internas com treinadores de outras categorias, com ídolos do Bahia. Temos tentado manter um nível alto de atividade para os nossos jogadores, para que eles possam aproveitar e ter o menor prejuízo possível durante a parada”, continua Roberto.

Atualmente o Bahia conta com as categorias sub-20, sub-17, sub-15 e sub-14, além de núcleos de iniciação como escolinhas e futsal.

“Essa é uma área que hoje o Bahia é referência e temos um grupo de pessoas muito qualificado. Na parte pedagógica, Millena (Pinheiro, pedagoga) trabalha livros com eles, até relatos de jogadores, e a gente consegue lincar o aprendizado ao futebol. Além disso temos feito grupos com eles para entender como está a pandemia na vida, na família de cada um”, explica o coordenador.

"Todo o suporte tem sido dado aos familiares no intuito de ajudar os atletas com as ferramentas digitais para acessar às atividades escolares. Infelizmente, existe um pequeno grupo de atletas, que não tem acesso às ferramentas digitais, por ausência de internet domiciliar e isso acaba inviabilizando a execução das atividades propostas pelo clube também. Estamos conseguindo atender cerca de 95% dos atletas da divisão de base", explica a pedagoga Millena Pinheiro.

Na semana passada, o Bahia iniciou a Feira de Saúde Esportiva. O evento que acontece anualmente está na quinta edição e este ano está sendo realizado de maneira online, através de plataforma disponibilizada pelo clube. Entre os temas, profissionais de diversas áreas vão falar sobre os cuidados no combate ao coronavírus, além de depressão e ansiedade durante o período de isolamento.

“Esse ano nós fizemos de maneira online, o que é importante porque conseguimos a adesão dos pais também. É interessante que conseguimos manter o diálogo entre os atletas de todas as categorias e outros profissionais. Tem sido muito produtivo e temos feito contato com os meninos para entender a situação de cada um e como o Bahia pode dar o suporte nesse momento”, afirma Roberto Braga.

Sem previsão Assim como no futebol profissional, o futuro das competições de base em 2020 ainda é incerto. Esse ano, o time sub-20 do tricolor disputou apenas a Copa São Paulo, em janeiro. A garotada se preparava para estrear na Copa do Brasil e no Campeonato Baiano quando o calendário precisou ser interrrompido.

Roberto Braga explica que os clubes formadores vêm conversando sobre as possibilidades de retomada dos torneios, mas admite que as dificuldades são grandes e que o mais importante no momento é preservar a saúde dos atletas e todos os envolvidos no esporte.  

“A nossa principal diretriz é para manter o norte de haver competições. Não sabemos quando isso vai acontecer, se vai ser em um curto prazo ou um prazo mais longo, a gente só vai fazer se todos tiverem segurança de que os nossos  funcionários, os nossos atletas, estejam seguros, mas é importante que a gente alimente essa esperança. São muitos clubes no Brasil, muitos jovens envolvidos, temos que dar um passo de cada vez, e assim que for possível retomar as competições com a devida calma, analisando todos os detalhes”, finalizou o gestor.