Para ser profissional não basta o fazer artístico

A amargura de todo artista é não poder viver de suas produções; também a falta de reconhecimento, quando ele tem a certeza de seu talento

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  • Cesar Romero

Publicado em 15 de abril de 2019 às 05:00

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Quando alguém decide por convicção ser artista visual, traçar seu destino e viver de sua arte, tem que ser preparar para o caminho. Estudos sistematizados, experimentações, pesquisas, aproximação com colegas e críticos, treinar o olhar e ter prévio conhecimento que a tarefa é árdua. Persistência e determinação.

Cada um deve se responsabilizar pelas escolhas, sejam nas mais variadas técnicas, sejam as posturas que definem uma vontade. A vontade deve vir do endógeno em nós, daquilo que não podemos abdicar, sem grande sofrimento. A vontade traz a responsabilidade de saber que tudo tem ganhos, perdas e consequências. A amargura de todo artista é não poder viver de suas produções. Também a falta de reconhecimento, quando ele tem a certeza de seu talento.

Não existe técnica artisticamente que seja melhor que a outra, ou traga um melhor reconhecimento da crítica de arte. Assim as técnicas tradicionais, desenho, pintura, gravura, fotografia, escultura e mídias contemporâneas tem o mesmo poder causador e a mesma possibilidade de invenção. Platão filósofo e matemático grego (foto/divulgação) Muitas vezes alunos de escolas de arte particulares e oficiais se recusam a estudar desenho, pintura, gravura e escultura porque querem ser “artistas contemporâneos”. Qualquer manifestação na área contemporânea tem desenho que se revela nas linhas das instalações ou outras vertentes, tem pintura com o surgimento da cor, tem gravura nos múltiplos e esculturas quando envolvidas pelo espaço. O artista contemporâneo tem muito mais potencialidade quando conhece as técnicas tradicionais. Um bolo de aniversário tem desenho, pintura, gravura e escultura, todos convergindo para um produto final: o bolo de aniversário.

A arte contemporânea é uma ação de costumes, advinda das grandes transformações sócio - culturais ocorrida nas últimas décadas. Ela é uma amálgama de diversas técnicas, estilos e escolas. A arte contemporânea trabalha com objetos concretos, porém o que mais vale são os conceitos e atitudes, questionar a arte em si. Não é o que se pode atingir, mas possibilidades para meditação de novos conteúdos, na mais plena liberdade de atuação dos artistas.

A arte contemporânea já é uma velha senhora, começou a ser tendência na década de 1960, depois da Pop Art, Minimal Art e início do Pós - Modernismo. Platão filósofo e matemático grego, falecido em Atenas em 348/347 a.C em seus escritos sobre arte comentava “Arte é pensamento, o mundo das ideias”. Aí o gênio, antecipou em séculos o conceito de arte contemporânea.

Para ser artista profissional não basta o fazer artístico, mas um conhecimento aprofundado das artes e da cultura.