Parte de estrutura de ponte desaba no Pará após ser atingida por balsa

Dois veículos caíram no rio, mas o Corpo de Bombeiros ainda não divulgou o estado de saúde das vítimas

Publicado em 6 de abril de 2019 às 15:02

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Governo do Estado do Pará/Divulgação

Era 1h38 da madrugada de ontem quando o Centro Integrado de Operações do Pará (Ciop) registrou o desastre: uma balsa que navegava pelo Rio Moju, próximo ao município de Acará, a cerca de 60 quilômetros de Belém, se chocou com um dos pilares da Terceira Ponte da Alça Viária. O pilar central foi a baixo e parte da ponte desabou dentro do rio. Segundo testemunhas, dois veículos passavam sobre a ponte e também caíram na água.

Até as 18h20 de ontem, o Corpo de Bombeiros procurou por possíveis desaparecidos, mas o trabalho foi interrompido por conta da correnteza e do risco aos profissionais. As buscas continuam hoje.

O acidente foi provocado, de acordo com informações do governo do Pará, por uma balsa que transportava rejeitos de dendê e que se chocou com um dos pilares. A Capitania dos Portos da Amazônia Oriental informou que a balsa estava em situação irregular e não poderia estar navegando. Segundo o órgãos, o proprietário já foi identificado e será notificado no inquérito policial.

Dos 868 metros de comprimento da ponte sobre o Rio Moju, 200 caíram na água - é o equivalente a quatro vãos de concreto, sustentados por pilares de 23 metros de altura. Uma obra emergencial custar R$ 100 milhões e deve durar um ano, segundo o governo.

Logo pela manhã, o governador do Pará, Helder Barbalho, sobrevoou o local. “É um dia triste após esse episódio lamentável. Neste momento, a nossa prioridade é agilizar as buscas pelas vítimas e dar total apoio às suas famílias”, disse o governador. Às 7h30 de ontem, ele gravou um vídeo a bordo de uma embarcação.

“São 7h30 da manhã e a situação é absolutamente lamentáel. De fato, houve uma colisão muito séria e acabou fazendo com que houvesse a destruição do pilar central. Importante ressaltar que estava sinalizada, estava com uma proteção”, disse. O comandante geral do Corpo de Bombeiros, Hayman de Souza, disse que o fato de a maré estar alta foi um dos fatores para que a balsa alcançasse os pilares: “Com a maré baixa, isso dificilmente aconteceria”.

A ponte passava por reparos há dois meses, depois de uma vistoria apontar problemas nos pilares. As intervenções foram necessárias justamente porque os choques constantes de embarcações provocaram uma série de avarias. Ainda assim, segundo o governo, ela não estava comprometida.

Esta não foi a primeira vez que uma ponte da Alça Viária, que liga a região de Belém ao interior do Pará, caiu. Em março de 2014, a Quarta Ponte, também sobre o Rio Moju, desabou depois que uma embarcação com óleo colidiu com um dos pilares.

Medidas Ainda ontem, o governador Helder Barbalho mobilizou os órgãos de segurança pública. A Polícia Civil instaurou um inquérito através da Divisão de Investigações e Operações Especiais e ouviu oito depoimentos - quatro deles de tripulantes da balsa, auxiliares e piloto. As investigações aguardam laudos.

Empresas que têm contrato com o estado vão construir duas, nos dois lados da ponte, para possibilitar o fluxo de balsas no local. A gestão estadual decretou situação de emergência. O governo também decidiu aumentar para 8 o número de balsas no Porto de Arapari, além de asfaltar 55 quilômetros da Estrada Quilombola, alternativa de tráfego para veículos de passeio e ônibus.