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Pedalada do bem: ciclistas vão de Farol a Farol em ação do Novembro Azul

Esporte previne câncer de próstata, afirma especialista

  • Foto do(a) author(a) Luana Lisboa
  • Luana Lisboa

Publicado em 7 de novembro de 2021 às 22:56

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Paula Fróes/CORREIO

José Henrique Matos tem 59 anos e pedala desde os 7. Diagnosticado com câncer de próstata em março deste ano, considera que a bicicleta foi quem salvou sua vida. Isso porque, depois de subir a Ladeira do Bonfim 30 vezes, acordou no dia seguinte com a perna dura. E só assim, depois de fazer exames minuciosos para encontrar a causa do problema, descobriu um tumor na região perimetral da próstata.

Ontem, José Henrique, a família dele e até o profissional que o acompanha, o oncologista Augusto Mota, foram pedalar juntos. Eles participaram da Pedalada do Bem, que contou com cerca de 500 atletas de 35 grupos num pedal do Farol de Itapuã ao Farol da Barra. A ação faz parte do Novembro Azul, mês de combate ao câncer de próstata, e foi organizada por ciclistas e patrocinada pela Clínica AMO.

O percurso de 23 quilômetros era tranquilo para José Henrique. Ao longo do tratamento, ele só deixou de praticar o esporte por dois meses e, impulsionado pelos médicos, também ciclistas, logo retornou à ativa. Todos os dias, pelada uma média de 100 quilômetros. O oncologista Augusto Mota (esq.) e o paciente dele, José Henrique Matos, pedalaram juntos (Foto: Paula Fróes/CORREIO) Desde a concentração, às 7h, na Rua das Dunas, em Itapuã, os presentes já não continham a empolgação para percorrer mais de 20 quilômetros pela orla da cidade. O mote da campanha? “Tem próstata? Faça o exame”.

É o que aconselha Francisco Araújo Dias, 74. Ao descobrir um câncer de próstata em 2003 e tratar, passou a se cuidar. Mas, isso não impediu a reincidência da doença, em 2015. Desde então, Francisco tem realizado o tratamento rigorosamente, com resultados positivos.

Ciclista há 40 anos, é atleta de triathlon, nas modalidades de natação, ciclismo e atletismo.“Estou muito bem fisicamente e o esporte tem me ajudado”, afirma.Além de chamarem atenção para o preconceito e a vergonha de falar sobre o câncer de próstata, que retarda ou até negligencia o diagnóstico precoce, a ação ainda combinou duas boas causas: para participar da corrida, cada atleta poderia levar 1kg de alimento não perecível, a ser doado para entidades beneficentes, ainda não definidas pela Clínica.

Importância O ciclista e oncologista Augusto Mota, coordenador do Serviço de Urologia Oncológica da Clínica AMO, explica que o câncer de próstata é o mais comum entre os homens, exceto o de pele não melanoma, e representa 29% dos diagnósticos da doença entre os brasileiros.

Além disso, a Bahia é o quarto estado com maior número de casos da doença em 2021, com 6.130 ocorrências previstas pelo Instituto Nacional do Câncer - 1.090 em Salvador. O diagnóstico precoce eleva para mais de 90% as chances de cura.

“Temos muitas evidências científicas que a atividade física regular reduz doenças crônicas no aparelho cardiovascular, diabetes e o câncer”, explica. Pedal reuniu 500 atletas de 35 grupos diferentes para percurso de Farol a Farol (Foto: Paula Fróes/CORREIO) O especialista orienta que a rotina de exames deve ser iniciada entre 45 e 50 anos de idade, se o paciente não apresentar histórico familiar. “Para os afrodescendentes, os exames de rastreamento devem ser iniciados aos 40 anos, uma vez que estudos que revelam mais chances de esses homens terem o câncer precocemente e desenvolverem a forma mais grave”, pontua.Por isso, Cleuson Santana, 45, e Edmilson Santos, 53, do grupo Pedal do Horizonte, além de terem ido à campanha, já estão em dia com seus exames. "A ideia é incentivar as pessoas a fazerem a prevenção. Façam exame sempre, eu faço há 3 anos seguidos, já comecei atrasado, mas estou fazendo", incentiva Cleuson.

Já o grupo Mobilidade Urbana Sustentável levou as apoiadoras da causa, Jennifer Souza, Adenize Santos, e Simone Ribeiro, a líder. Elas reforçam que não só importante para doenças do corpo físico, o esporte também é importante para o plano mental. "Já vi muitas pessoas diagnosticadas com depressão terem a cura em cima de uma bike e eu fui uma delas", relata Jennifer.

Não só a bicicleta, mas a mentalidade de ciclistas como José Henrique tem auxiliado na cura da doença. "Não se abata e mantenha a sua qualidade de vida, se alimente bem. Além disso, amar e ser amado funcionam como um grande apoio na vida de um paciente", finaliza.

*Com supervisão da subchefe de reportagem Monique Lôbo