Pedreiro é executado enquanto trabalhava no bairro de Pituaçu

A polícia apura a autoria e motivação do crime

Publicado em 12 de maio de 2021 às 22:02

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: (Foto: Nara Gentil/CORREIO)

O pedreiro Antônio Carlos de Araújo dos Santos, 50 anos, foi assassinado enquanto trabalhava em uma casa na tarde de terça-feira (11), no bairro de Pituaçu. O assassino invadiu o imóvel e efetuou vários tiros de pistola na cabeça da vítima, que morreu no local. Na fuga, o criminoso saiu atirando na rua e uma menina teria sido baleada na perna. Ele fugiu num carro branco com vidros escuros. Em nota, a Polícia Civil informou apenas que ainda não tem autoria e motivação do caso. O CORREIO esteve na manhã desta quarta-feira (12) no local do crime, na Rua João Paulo II, ao lado da Escola Municipal de Pituaçu, e conversou com moradores, entre eles um homem que estava com Antônio instantes antes do ocorrido.  Ele contou que o pedreiro, conhecido no bairro como Tony, foi morto por volta das 16h e que a ação contou com pelo menos duas pessoas - o autor dos disparos e o motorista do carro. "A gente falava sobre essa pandemia, sobre os casos, do povo não estar se cuidando. Daí fui para casa. Foi eu entrar, uma questão de cinco minutos, ouvi os pipocos, e não foram poucos", contou ele, que preferiu não revelar o nome.  O morador disse que um homem desceu de um carro branco e vidros escuros e depois invadiu a casa, onde Antônio trabalhava numa obra. "Ele estava aplicando uma massa na parede quando o cara entrou e começou a dar vários tiros de pistolas na cabeça dele", contou.  Os sucessivos disparos chamaram a atenção dos vizinhos, que acabaram saindo de suas casas para ver o que estava acontecendo. Foi nessa hora que o assassino atirou novamente. "Ele saiu e começou a atirar para todos os lados dizendo. 'O que é rebanho de desgraça? Vão para suas casas!'. Uma menina de 15 foi atingida de raspão no pé. O cara entrou no carro e foi embora e a menina socorrida pela família", contou ele. 

Um outro morador que conhecia Antônio disse que o pedreiro era monitorado pelos criminosos. "O carro passou pela rua duas vezes antes de o homem armado invadir a casa. Passaram a primeira vez e Tony estava na rua. Na segunda, Tony entrava na casa para fazer a obra. Foi aí que o cara foi atrás", contou. Segundo ele, Antônio era uma pessoa tranquila e muito requisitada no bairro. “Uma pessoa que a gente não tem nada o que falar. Todo mundo aqui gostava dele. Falava com todo mundo, não era de confusão. O que aconteceu com ele é um mistério. Estamos até agora de cara, porque se fosse um bandido, já era algo esperado, mas ele? E da forma como foi? Realmente só a polícia para dizer”, declarou. 

Antônio morava no bairro da Liberdade e estava há seis meses morando em Pituaçu na casa da mãe, uma senhora 78 anos. “Por conta da pandemia, ele veio para cá porque aqui tinha mais oferta de trabalho para ele. Ele pegava vários serviços aqui de pedreiro e pintor. Sem falar que a família veio para cá há mais de 30 anos, quando isso tudo aqui ainda era uma invasão, logo, como era conhecido e bom profissional, todo mundo chamava ele para fazer os serviços”, contou um parente da vítima que preferiu não se identificar.    Parente de pedreiro diz que família desconhece o motico do crime (Foto: Nara Gentil/CORREIO) Questionado sobre o que teria motivado a morte do pedreiro, o parente disse não saber. “ Ele estava trabalhando. Foi tudo muito rápido. Ninguém da família tem explicação para o que aconteceu. A família mora aqui há anos e está sem saber. Até então, para a família, ele não tinha inimigos, era um trabalhador que deixou três filhos”, contou.  Sobre o crime, a Polícia Militar informou que policiais militares da 39ª CIPM foram acionados, nesta terça-feira (11), por volta das 16h20 para atender a uma ocorrência de homicídio na Rua João Paulo II, em Pituaçu.  No local, a guarnição constatou o fato, havia um homem morto por disparos de arma de fogo dentro de uma residência, onde prestava serviço como pedreiro. O local foi isolado e o Serviço de Investigação em Local de Crime (Silc) acionado para adoção das medidas cabíveis.