Permanência de Roger é um acerto e tanto do Bahia

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  • Da Redação

Publicado em 11 de dezembro de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Não há como vender a ilusão de que o Campeonato Brasileiro do Bahia foi positivo. Defender a campanha da equipe, com uma queda vertiginosa de rendimento no segundo turno, seria contrariar o sentimento de frustração que tomou conta da maioria da torcida tricolor. A sensação é de que esse grupo podia chegar mais longe, sobretudo porque o nível dos dois últimos times a garantir vaga na Libertadores, Corinthians e Internacional, não era lá essas coisas.

Por mais que Fernandão tenha declarado que o torcedor tinha mais é que se orgulhar da campanha tricolor, ou que a diretoria tenha, em determinados momentos, elogiado essa trajetória, a verdade é que não se pode brigar com números. E os números do Bahia no segundo turno são vergonhosos. Em 19 jogos, foram quatro vitórias, seis empates e nove derrotas, ou seja, apenas 18 pontos conquistados de 57 possíveis. Jogando em casa, o clube saiu vitorioso apenas uma vez, diante do Botafogo. Terminar a competição com a 11ª melhor campanha, atrás de Fortaleza e Goiás, equipes de menor orçamento, não foi bem digerido pelos torcedores.

O que o Bahia teve nesse Brasileirão foram bons momentos. E bons momentos que duraram, sejamos honestos. Durante um turno, a equipe se mostrou altamente competitiva e foi capaz de se manter na parte de cima da tabela, bem como mostrou que era possível brigar de igual para igual com adversários cascudos na Copa do Brasil, passando pelo São Paulo e esbarrando no Grêmio em dois jogos parelhos. Isso só é possível com um bom time. No fim das contas, o que faltou foi um elenco mais homogêneo.

Uma das características que me agrada na atual diretoria tricolor é a serenidade para assimilar os resultados, nos momentos bons e ruins, e foi isso que evitou aquilo que, na minha opinião, seria um grande erro: a demissão de Roger Machado ao primeiro sinal de dificuldade, como é de praxe no futebol brasileiro. 

O bom momento da equipe na temporada é obra do treinador, por isso ele merece o crédito que lhe foi dado. Mesmo diante da sequência negativa, seu cargo jamais esteve ameaçado. No fim das contas, ele foi um dos três técnicos que começaram e terminaram a Série A, ao lado de Jorge Sampaoli e Renato Gaúcho.

Em geral, sempre defendo a permanência de treinadores nos clubes, para que tenham tempo de desenvolver e solidificar uma filosofia de jogo, mesmo que tenham feito um início de trabalho abaixo da expectativa. Foi exatamente o que aconteceu entre Liverpool e Jurgen Klopp. Não é uma comparação entre clubes e profissionais, que fique claro. É a defesa de uma metodologia.

Com a permanência de Roger Machado para a próxima temporada, o Bahia mantém um treinador que já conhece o funcionamento do clube, as carências do elenco e dá a ele a possibilidade de montar uma equipe muito mais equilibrada, além de ter um profissional completamente identificado com o posicionamento da instituição em defesa de uma sociedade mais justa. O desafio de Roger é acelerar o processo de maturação do tricolor para que dê resultados rápidos, ou ele corre o risco de ter o mesmo destino de Enderson Moreira, que caiu porque demorou de achar o “ponto” certo da equipe e ficou pelo caminho na Copa do Nordeste e na Sul-Americana.

Rafael Santana é repórter do globoesporte.com.