PF deflagra operação contra esquema de fraude previdenciária que começou na Bahia

Fraude já causou um prejuízo estimado em R$ 31 milhões em mais de 100 benefícios previdenciários suspeitos

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  • Da Redação

Publicado em 23 de junho de 2021 às 07:33

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação/PF

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (23) uma operação, em conjunto com a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, que visa desarticular grupo criminoso que fraudava benefícios previdenciários em diversos estados do Brasil. Até o momento, foi apurado que o esquema deu um prejuízo de R$31 milhões aos cofres da União.

De acordo com a PF, a operação Senha Forte cumpre três mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão temporária, expedidos pela Justiça da Bahia para as cidades de Guarulhos, Ferraz de Vasconcelos e São Paulo, todas no estado de São Paulo. Ainda segundo a PF, os alvos são pessoas que tinham por função arregimentar falsos dependentes/curadores nos estados.

Delegado responsável pela Operação, Marcelo Siqueira explicou que os investigados na operação Senha Forte utilizavam senhas de diversos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) do país. A PF não acredita que os servidores estejam envolvidos no esquema e apuram de que maneira o grupo conseguiu os dados de acesso ao sistema da previdência.

"As investigações não vão se interromper com o cumprimento das medidas de hoje, assim como não se interromperam com a prisão em flagrante das mulheres em Feira de Santana, que deu origem a toda a investigação", explicou o delegado.

O valor do prejuízo estimado com as fraudes supera R$ 31 milhões, relacionados a mais de 100 benefícios previdenciários suspeitos.  A quadrilha promovia uma inclusão fraudulenta de dependentes/curadores fictícios nos sistemas do INSS, para conseguir valores indevidos. A operação investiga casos desde maio de 2020 e as primeiras ações foram as prisões de duas mulheres que tentavam sacar R$80 mil de forma indevida em Feira de Santana.

"Há indício de que um dos investigados manteve relacionamento amoroso com uma mulher natural da Bahia e, a partir daí, conseguiu arregimentar outras pessoas do círculo social dela", afirmou Siqueira.

A ação desta quarta também resultou na apreensão de computadores e celulares que, segundo o delegado, serão fundamentais para dar prosseguimento à operação e continuar desvendando o esquema. Dois dos três mandados de prisão foram cumpridos na região Metropolitana de São Paulo. Um outro suspeito é considerado foragido. Ninguém teve a identidade revelada.

Os envolvidos responderão por diversos crimes, dentre eles associação criminosa, estelionato previdenciário, inserção de dados falsos em sistemas de informações, dentre outros, com penas que, se somadas, podem chegar a mais de 30 anos de prisão.