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Rede Nordeste, JC
Publicado em 16 de agosto de 2021 às 16:58
- Atualizado há 2 anos
Dois cachorros da raça pitbull atacaram dois poodles na manhã desse domingo (15) na Rua Aureliano Artur Soares Quintas, próxima à orla do Janga, em Paulista, Região Metropolitana do Recife. Por causa da gravidade dos ferimentos, apenas um dos poodles sobreviveu.>
Os donos, que passeavam com os poodles no momento do ataque, tentaram protegê-los, mas não tiveram forças para livrar os animais de estimação dos pitbulls. Um boletim de ocorrência foi prestado na Delegacia do Janga.>
O comerciante Isac Lima estava que o caso aconteceu. "Eu vi o pessoal correndo e, sem saber o que era, fui para cima para ver. Quando cheguei lá, a mulher estava em estado de choque, chorando e passando mal, e o cachorro já morto, porque o pitbull matou, e o outro já estava no braço. O pessoal tentou matar o pitbull, mas não conseguiu, ele correu para o portão", relatou.>
Ele contou, ainda, que o pitbull já atacou outros cachorros e até pessoas. "Não é o primeiro que ele mata, é o segundo, e ele ataca as pessoas direto. Não sei o motivo dele sempre sair e atacar na rua. Na outra vez, o camarada deu uma pedrada nele, e ele foi embora. Várias crianças circulam por aqui, só no meu bar tem 4 netos meus que ficam direto brincando", disse.>
Pitbulls são naturalmente perigosos? Especialistas, médicos veterinários e adestradores ouvidos pela coluna Meu Pet garantem que pitbull é, por natureza, uma raça dócil e calma, muito usada como uma espécie de "babá" de crianças antigamente. O que explica os casos de ataques é o animal ter sido criado em um ambiente que o tornou mais violento, ou o desejo de marcar território contra outro cachorro.>
“Ele é um animal forte, mas não é agressivo, é manso; tanto que não é um cachorro de guarda. Quando ataca, é porque existiu algum gatilho ou porque desenvolveu transtornos que não são inerentes à raça e que qualquer animal teria, dependendo da criação. O que acontece é que ele tem uma mordida muito forte, [com impacto] que pode chegar até uma tonelada, por isso os ataques são noticiados, e as pessoas entram em pânico e passam a ter horror da raça”, explica a médica veterinária Cristiane Aguiar.>
“Esse ataque poderia ter vindo de um vira-lata, golden, de um labrador ou de um shih-tzu, o que muda é o estrago que é feito, porque a mordida de um cão de raça pequena seria imperceptível. O tutor tem que saber o potencial e o temperamento do cachorro e os ambientes em que ele vai”, defende a adestradora Crislane Santos.>
Entretanto, ainda que o pit tenha crescido em um ambiente ou sob estímulos que o tornaram mais violento, é possível reverter esse quadro, segundo Cristiane. “O comportamento pode ser revertido, não é necessário eutanasiar o animal por isso. Ele deve passar alguns dias em observação, deve ser levado para um adestramento e fazer avaliações com uma veterinária que trabalhe com comportamento animal para entender por que ele está agredindo.”>
“Os cães educados dessa forma ficam com traumas e descontrolados, isso não é saudável, eles não são felizes. Mas tem como voltar a uma vida saudável e social sim, com muito cuidado e muito treino, porque o cachorro aprende desde que nasce até morrer”, afirma Crisline. Com informações da TV Jornal.>