Polícia ainda investiga autores de matanças em Salvador e Feira

Assassinatos de policiais desencadearam onda de violência nas cidades em junho

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  • Bruno Wendel

Publicado em 1 de agosto de 2018 às 19:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

Nos seis primeiros meses deste ano, a polícia baiana prendeu 11.632 pessoas em flagrante. No entanto, nenhuma das prisões (a média é 63 por dia) está relacionada às matanças que ocorreram logo após a execução de dois policiais militares em junho – um em Salvador e outro em Feira de Santana. A informação é do secretário da Segurança Pública, Maurício Teles Barbosa.

No dia 9 de junho, o cabo Gustavo Gonzaga da Silva, 44 anos, foi brutalmente executado no bairro de Santa Cruz, na capital. Após a morte dele, Salvador viveu o final de semana mais violento do ano, com 30 homicídios – alguns cometidos por homens encapuzados. No dia 16 do mesmo mês, o PM Wagner Silva Araújo, 28, foi vítima de um latrocínio e, logo em seguida, 18 pessoas foram assassinadas em Feira de Santana.  Gustavo Gonzaga da Silva e Wagner Silva Araújo, PMs mortos em Salvador e Feira (Foto: Reprodução) “Estamos investigando. Em alguns casos, não podemos descartar a participação de grupos de extermínio que estão sendo acompanhado pelo nosso Serviço de Inteligência”, declarou o secretário, durante apresentação do balanço semestral da atuação da polícia baiana. O evento ocorreu no Centro de Operações e Inteligência, no CAB.

Ainda sobre a investigação da série de assassinatos, o secretário não descartou a participação de policiais nos crimes. "Quando se fala em grupo de extermínio se associa a policiais. Mas não podemos deixar de citar que algumas pessoas que se intitulam seguranças particulares, muitas vezes são vigilantes não autorizados, que vão fazer a morte de alguém que aterrorizava o bairro", comentou Barbosa."Existem também ex-policiais que foram expulsos e tem também o caso de policiais envolvidos. Mas no contexto geral, são múltiplas pessoas que se dedicam à atividade de praticar homicídios", completou o secretário. Relembre os casos O cabo PM Gustavo Gonzaga da Silva quando passava pelo final de linha da Santa Cruz em um veículo Onix, e foi cercado por indivíduos da região que efetuaram disparos de arma de fogo. 

Gonzaga estava voltando para casa depois do trabalho e dava carona para um amigo de infância, conhecido como Jai, quando foi abordado por três criminosos, identificados como Choquito, Keka e Leno.

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O PM foi torturado e teve o corpo mutilado antes de ser morto pelo trio. Gonzaga ainda recebeu vários tiros na cabeça.

Em Feira de Santana, o policial militar Wagner Silva Araújo foi assassinado após reagir a um assalto que ocorria com três pessoas - todos saíam de uma festa junina no bairro São João.

Wagner estava de folga, na mesma festa, e também saía do local, quando viu quatro bandidos abordando dois homens e uma mulher que estavam em um veículo Crossfox. Após o crime, os assaltantes fugiram levando pertences da vítima e o carro.