Polícia solicita suspensão da Bamor por seis meses após ataque ao ônibus do Bahia

Suspeitos de atentado foram identificados como membros da torcida organizada

Publicado em 10 de março de 2022 às 17:13

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia

A Polícia Militar, através do Batalhão Especializado em Policiamento de Eventos (Bepe) solicitou ao Ministério Público a suspensão da torcida organizada Bamor, do Bahia, por seis meses. A medida foi tomada após a polícia identificar que os suspeitos do ataque ao ônibus tricolor, no dia 24 de fevereiro, são membros do grupo. 

Na manhã desta quinta-feira (10), foi realizada uma audiência entre a polícia militar e representantes da torcida. Em janeiro, a Bamor foi suspensa por 60 dias após invadir o centro de treinamentos do Bahia para cobrar jogadores, comissão técnica e diretoria. Na época, o clube registrou boletim de ocorrência. 

“A audiência teve como objetivo a aplicação de medida educativa à referida torcida considerando o fato ocorrido em 24 de fevereiro, quando integrantes dessa organizada arremessaram um artefato explosivo no ônibus que conduzia a delegação do Esporte Clube Bahia, provocando danos materiais ao veículo e lesões corporais a dois atletas do clube”, diz parte da nota enviada pela polícia.

“Em cumprimento às cláusulas previstas em Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), o Bepe encaminhou ao Ministério Público (MP) para homologação a medida educativa de suspensão de 180 dias à Bamor, que fica impedida de adentrar estádios portando instrumentos musicais, faixas, bandeiras e uniformes com símbolos da organizada. A decisão é válida em todo o território nacional”, completa o documento.

Nesta quinta-feira, um dos suspeitos de arremessar o artefato explosivo contra o ônibus do Bahia se apresentou à polícia para prestar depoimento. Ele foi identificado apenas como Marcelo. De acordo com a delegada Francineide Moura, que investiga o caso, pelo menos nove pessoas participaram do atentado, todos integrantes da Bamor. 

Entre os suspeitos está o presidente do grupo, Half Silva. Pertence a Half um dos carros utilizados no ataque. Ele, no entanto, alega que não participou do ataque e que no dia estava em Feira de Santana  acompanhando a partida entre Bahia de Feira de Coritiba, pela Copa do Brasil. 

Tentativa de homicídio Os suspeitos do ataque ao ônibus do Bahia vão responder por tentativa de homicídio. De acordo com as investigações, o crime teria sido premeditado já que os envolvidos chegaram ao local por volta das 17h40 e permaneceram até às 20h, horário em que o veículo da delegação tricolor passou pelo local. 

Os suspeitos que já foram ouvidos alegam que estavam no local esperando outras pessoas para irem para uma partida de futebol que aconteceria no bairro do São Caetano. No entanto, essa versão foi descartada pela polícia. 

"Eles começam a se reunir na sede da Bamor e depois vão para esse local sob a alegação de que iriam buscar um outro parceiro que iria participar de um baba, o que não tem nada a ver, ninguém vai ficar ali duas horas esperando. Não temos dúvidas nenhuma que foi premeditado, eles estavam ali esperando o ônibus do Bahia", afirma Francineide Moura. 

No ataque, o goleiro Danilo Fernandes e o lateral Matheus Bahia ficaram feridos. O goleiro sofreu cortes nas pernas, braços e rosto. Um dos estilhaços atingiu a região do olho. Danilo chegou a passar um procedimento médico no globo ocular antes de ser liberado para retomar atividades leves. 

Um carro que trafegava na avenida no momento do atentado também foi atingido. A motorista do veículo sofreu ferimentos leves.