Primeira vítima de Lázaro relembra noite de terror na Bahia: 'Traumático'

Após tentar estuprá-la, maníaco matou dois homens

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  • Da Redação

Publicado em 21 de junho de 2021 às 12:39

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

No dia 17 de novembro de 2008, Lázaro Barbosa tinha apenas 19 anos e vivia na cidade de Barra do Mendes, interior da Bahia. O homem que depois viria a ser conhecido como 'serial killer de Brasília' estava dando seus primeiros passos no crime e já tinha escolhido sua primeira vítima: uma mulher de 25 anos.

Às 4h da manhã daquele dia, o maníaco tentou invadir a casa dela para estuprá-la. A mulher, cuja identidade não foi revelada, dormia ao lado do filho dentro da residência.

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Em entrevista ao Metrópoles, a vítima afirma que até hoje tem sequelas do ataque sofrido e que as notícias sobre a caçada ao seu agressor têm feito ressurgir dentro dela o sentimento de terror vivido naquela data.

“É traumático. É uma coisa pro resto da vida”, resume. E continua: “Nunca pensei que estaria vivendo do jeito que eu tô agora”, lamenta ela em entrevista ao portal.

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No dia do crime, foi o filho de 5 anos que acordou de madrugada e notou que alguém forçava a porta dos fundos da casa em que residia, num local conhecido como Melancia, onde Lázaro nasceu.

Tão logo percebeu que alguém tentava entrar, a mulher clamou por ajuda. Foi quando Lázaro tentou arrombar a porta a chutes. “Comecei a chamar socorro, a gritar, e ele passou a meter porrada na porta. A sorte é que era porta resistente”, narra. 

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O assassino estava na porta dos fundos da casa, mas ela aproveitou a movimentação de vizinhos na parte da frente da propriedade e fugiu.

A mulher conseguiu ir até a casa do irmão, que fica nas proximidades. Até aquele momento, os moradores não sabiam que o invasor era Lázaro, que cresceu na comunidade. 

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“De repente, a gente escuta um tiro. Os filhos do Carlito saíram desesperados e gritando. ‘Estão te procurando, estão te procurando!’. Aí eu perguntei: ‘Quem é que está me procurando?’. Aí um de lá gritou: ‘O Lázaro!’”, relata a moradora ao portal Metrópoles.

O tiro em questão foi o primeiro homicídio creditado a Lázaro. Na mesma madrugada, o psicopata tirou a vida de José Carlos Benício de Oliveira, conhecido como Carlito, que era tido por todos como amigo do assassino. Ainda antes do amanhecer, Lázaro mataria outra pessoa: Manoel Desidério da Silva.

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“Tenho certeza de que ele queria entrar na minha casa para abusar de mim e matar eu e o meu filho. Ele foi para a casa do finado Carlito atrás de mim, como um caçador à procura de um bicho. Estava na intenção de fazer algo”, analisa. Para os moradores da vila, Lázaro teria uma paixão não correspondida pela mulher, mas ela desconfia.

“Surgiram várias conversas, de que ele era apaixonado por mim e tudo, mas essa paixão que ele sentia por mim, ele falava para os outros, mas pra mim nunca chegou, nunca tive contato, nunca namorei”, assinala. Apesar de passados 13 anos do crime, ela diz ter medo. “A gente sabe o indivíduo que ele se transformou. A gente está vendo que ele se tornou um bicho. Um bicho que está aí pra amedrontar, tirar vidas. Ninguém sabe o que ele carrega no coração”, destaca.

“Na época que aconteceu isso, fiquei com problema de estômago. Era uma dor infeliz. Só fui ter paz quando tudo ficou calmo. Nesta semana, comecei a sentir a dor novamente. Aí eu falei: ‘Eu já sei o que é. É por causa desse infeliz, que está solto lá’. É traumatizante. A gente só vai ter um pouco de paz quando [a polícia] pegar ele”, encerra ela ao Metrópoles.

A tentativa de abuso de Lázaro também deixou marcas no filho da mulher, que durante muito tempo não conseguiu dormir com a porta aberta.