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Fernanda Varela
Publicado em 27 de fevereiro de 2020 às 15:49
- Atualizado há 2 anos
Servidores ativos e aposentados da rede estadual de ensino acusam o Governo do Estado de realizar descontos dos salários de quem aderiu à paralisação da categoria nos dias 18 e 19 de fevereiro.>
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), os funcionários só descobriram o desconto no fim da tarde desta quarta-feira (27), quando o contracheque foi disponibilizado. Segundo a categoria, o documento demorou a ser colocado à disposição dos colaboradores."São quase 20 mil pessoas prejudicadas, entre aposentados, professores, coordenadores pedagógicos, funcionários do Colégio Militar. Eles descontaram entre R$ 600 e R$ 1.000, sem avisar nada. Tomamos um susto quando abrimos o contracheque. Eles estão perseguindo quem aderiu à paralisação", disse Rui Oliveira, presidente da APLB.Inconformados com o abatimento salarial, a categoria convocou o ato Devolva Meu Dinheiro, que ocorrerá nesta sexta-feira (28). Em Salvador, as manifestações serão na frente da Secretaria de Educação do Estado (SEC), no CAB.>
Já no interior do estado, os atos acontecem em cidades como Feira de Santana, Itabuna, Juazeiro, Barreiras, Jequié, Vitória da Conquista, Valença e Santo Antônio de Jesus, nos Núcleos Territoriais de Educação.>
Indicativo de greve No dia 4 de março, a categoria também se reunirá no Ginásio dos Bancários, na Ladeira dos Aflitos."O indicativo é de greve geral na rede estadual. Não vamos aguentar essa situação. O pessoal está revoltado com essa perseguição", disse Rui Oliveira. O CORREIO procurou as secretarias de Educação (SEC) e de Administração do Estado (Saeb), que informaram por meio de nota que "a decisão de efetuar os descontos seguiu entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), na linha de que a administração pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação".>
Ainda segundo as pastas, "o Estado não foi informado oficialmente sobre a paralisação, que aconteceu uma semana após o início do ano letivo e às vésperas do Carnaval" e "menos de 30% das escolas estaduais aderiram à paralisação".>
Ainda de acordo com as secretarias, no caso de professores que trabalharam e houve o desconto, a orientação é comunicar imediatamente à escola e esta ao Núcleo Territorial de Educação (NTE), pois será feita uma folha antecipada. A reposição dos salários para os que paralisaram as atividades acontecerá mediante calendário e comprovação da reposição das aulas pela direção das escolas e NTE.>