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Jairo Costa Jr.
Publicado em 25 de fevereiro de 2022 às 05:00
- Atualizado há 2 anos
Acusada de pertencer ao núcleo responsável pela proteção a integrantes do esquema desarticulado pela Operação Faroeste, a ex-chefe do Ministério Público do Estado (MP) Ediene Lousado usou o poder conferido pelo cargo para auxiliar demandas de interesse do governo da Bahia em uma ação judicial movida contra o então prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil), principal adversário da base petista na disputa pelo Palácio de Ondina. A atuação parcial da promotora afastada para favorecer o grupo político aliado ao PT foi revelada na análise feita pela PF em smartphones de Ediene, apreendidos pela Faroeste em 14 de dezembro de 2020.>
Conte comigo Em mensagens trocadas por WhatsApp com outra promotora, Ediene afirma que foi procurada por um advogado da Assessoria Jurídica do governo interessado em acelerar o andamento de uma representação contra Neto por propaganda eleitoral extemporânea, apresentada em novembro de 2017. Em seguida, ela diz ter garantido empenho para atender o pedido.>
Mancha de batom "Veja, fui procurada pelo adv do Gov (advogado do governador) por conta de uma representação contra o Prefeito (ACM Neto) por propaganda eleitoral extemporânea (no jargão jurídico, fora do período eleitoral) e outras condutas. Deu entrada no início de novembro e só agora está chegando no órgão de execução. Por isso, RC (Rui Costa) diz que as coisas só andam para ele, pois contra Neto não vai para lugar nenhum", destaca Ediene Lousado, em diálogo mantido com a colega em 1º de fevereiro de 2018 e citado no relatório da PF já anexado aos autos de uma ação penal movida pela Faroeste, cujo teor foi noticiado pela Satélite na edições de ontem e anteontem.>
Ao gosto do freguês No mesmo dia, segundo o laudo da PF, a ex-chefe do MP trocou mensagens com o assessor jurídico do governo, nas quais informa sobre sua intervenção pessoal para agilizar a tramitação da queixa contra Neto. Pelo teor das conversas, ressalta o relatório policial, "fica clara a ingerência da Procuradora Geral de Justiça no encaminhamento de demandas originárias do Governo do Estado, o que em tese, pode configurar (crime de) advocacia administrativa. >
Redução de dano Prestes a oficializar a retirada da pré-candidatura ao governo, o senador Jaques Wagner (PT) quer tirar de Rui Costa toda a culpa pela reviravolta na chapa da base e assumir sozinho a responsabilidade pela decisão. A estratégia é assegurar que, desde novembro passado, já havia comunicado a desistência ao governador. Assim, espera conter a ira dos aliados em relação a Rui, especialmente, os petistas.>
Água mole Com Wagner fora, o foco está concentrado agora em convencer o senador Otto Alencar (PSD) a ocupar a vaga. Às 18h de ontem, Rui se reuniu com Otto para tentar dobrá-lo. Ao sair do encontro, o senador teria se mostrado menos resistente à ideia.A história é a maior prova de que guerra nunca foi um caminho. É assustador testemunhar uma nação colocando o poder acima da vida e tentando impor, com violência, o que seria resolvido com diálogo e diplomacia ACM Neto, pré-candidato da União Brasil ao governo do estado, ao lamentar a ofensiva militar da Rússia sobre a Ucrânia >