Quem é você na fila da vacina? Confira quem será protegido primeiro

Prefeitura de Salvador apresentou o planejamento de vacinação da capital

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  • Gil Santos

Publicado em 12 de janeiro de 2021 às 10:43

- Atualizado há um ano

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A data do início da vacinação dos baianos contra o novo coronavírus ainda está sendo discutida pelo Ministério da Saúde, mas o município de Salvador já está com o planejamento montado. Nesta terça-feira (12), o prefeito Bruno Reis apresentou o Plano Municipal de Vacinação da capital baiana. Confira quem será vacinado primeiro e quem terá que esperar. 

Serão quatro fases de vacinação, com 570 mil pessoas em grupos prioritários. Na primeira fase, estão incluídos trabalhadores da saúde, população idosa com 75 anos ou mais, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em Instituições de Longa Permanência (asilos e clínicas psiquiátricas) e indígenas/aldeados/povos e comunidades ribeirinhas. Ao todo, são 168.355.

Na segunda fase, serão vacinados idosos de 60 a 74 anos, que somam 185.556 pessoas. Já quem tem comorbidades crônicas, fez transplantes ou tem obesidade estará na terceira fase do plano de vacinação. São 149.068 indivíduos com algum desses perfis. 

A quarta fase inclui diversas categorias: trabalhadores de educação, pessoas com deficiência severa, membros das forças e salvamento, funcionários do sistema de privação de liberdade, trabalhadores do transporte coletivo, transportadores rodoviários de carga, e população privada de liberdade. Ao todo, nessa fase, são 35.969 pessoas.

Quem não estiver em nenhum desses quatro grupos prioritários terá que esperar. A prefeitura se organizou para iniciar a vacinação com até 48h após a chegada do imunizante a Salvador e, apesar da divisão, Bruno Reis afirmou que se houver condições pode começar a vacinar todos os grupos ao mesmo tempo.  Confira a distribuição da vacina por distrito sanitário em Salvador (clique para ampliar): "Se eu receber as 572 mil doses, eu começo tudo de vez. O que vai depender é a quantidade de doses que vamos receber para determinar as fases que serão acionadas", explicou o prefeito, sobre o início da vacinação.O planejamento se refere à vacinação através do Sistema Único de Saúde (SUS). O prefeito vem afirmando nas últimas semanas que é contra a compra de vacinas por empresas privadas. Bruno Reis argumentou que se os municípios tiverem que disputar o mercado de vacinas com grandes empresas, que além de ter recursos não precisam seguir os trâmites burocráticos exigidos do poder público, a concorrência seria desleal e a imunização aconteceria de forma desigual, prejudicando a população mais pobre.

Reis também falou sobre a procedência do imunizante. "Para mim, não importa qual é a nacionalidade da vacina. Desde o começo da pandemia nós deixamos de fora as questões políticas e ideológicas. A vacina que for certificada pela Anvisa e tiver eficácia, vai ser usada", garantiu.

Horários e lugares O plano de vacinação contra a Covid-19 prevê ainda os dias e horários de imunização, que será de segunda a sexta-feira, das 7h às 22h, e sábados, domingos e feriados, das 7h às 19h.

Ao todo, serão 202 salas ou baias e 506 boxes de vacinação, com capacidade para a aplicação de 15 mil doses por hora. Os centros de vacinação e as estruturas em drive-thru terão um local específico para a entrada de pessoas ou de veículos e outro para a saída.

Vacina A Prefeitura de Salvador iniciou o ano negociando a compra da vacina de forma independente com pelo menos quatro fabricantes. O Município afirmou no final de dezembro que tinha em caixa cerca de R$ 80 milhões para adquirir o imunizante, mas frisou que a compra não seria suficiente para consegui proteger todos os soteropolitanos e que precisaria de apoio dos governos estadual e federal.

As conversas estavam mais avançadas com a Janssen e com o Instituto Butantan, mas ambas foram atravessadas pelo Governo Federal. A Janssen informou na semana passada que vai negociar primeiro com a União para depois tratar da venda diretamente com os estados e os municípios, mas informou que Salvador terá prioridade.

Já o Instituto Butantan tinha um protocolo de intenção de compra da CoronaVac com a capital baiana. No primeiro momento seriam adquiridas 103 mil doses, o suficiente para imunizar todos os profissionais de saúde que trabalham nas redes pública e privada de Salvador, mas essa negociação sofreu um revés.  

O Ministério da Saúde informou na semana passada que vai usar todas as 6 milhões de doses da CoronaVac que estão disponíveis no Instituto Butantan, em São Paulo, para imunizar os brasileiros. A vacina é desenvolvida em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, e será distribuída para todos os estados da federação. 

A União anunciou que também vai usar as 2 milhões de doses da vacina de Oxford que estão disponíveis na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O imunizante foi desenvolvido em parceria ente a Fiocruz, o laboratório AstraZeneca, e a Universidade de Oxford. Ambas as vacinas aguardam autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para serem usadas de forma emergencial. 

Além da Janssen e do Instituto Butantan, a Prefeitura de Salvador está negociando a compra das vacinas Moderna e Sputnik. A Moderna avisou que só terá vacina disponível em outubro, e a Sputnik ainda não respondeu a algumas perguntas do município.