Quem planejou ir à Ilha de Itaparica teve que antecipar viagem para essa sexta

Com lockdown parcial, transporte só será retomado a partir das 5h de segunda-feira

  • Foto do(a) author(a) Wendel de Novais
  • Wendel de Novais

Publicado em 27 de fevereiro de 2021 às 06:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Nara Gentil/CORREIO

Pouco movimento, mas muita correria para conseguir embarcar na última viagem dessa sexta-feira (26) nas lanchas em ferries rumo à Ilha de Itaparica. O serviço não funcionará nesse sábado e domingo por conta do lockdown parcial adotado no estado e será retomado apenas às 5h20 e às 5h de segunda-feira, respectivamente.

No Terminal de São Joaquim, o movimento à noite foi menor do que o registrado durante o dia, mas houve correria entre os passageiros para pegar o último ferry. Joseane de Jesus, 41 anos, autônoma, só decidiu ir com a filha e o namorado na tarde dessa sexta. "A gente nem ia pra ilha, só decidimos agora. Foi por causa do lockdown, porque lá é mais tranquilo e não tem muita agonia. Dá pra descansar e, ao mesmo tempo, não se aglomerar. Se é pra ficar em casa, é muito melhor ficar por lá, que é mais fresco e confortável", disse ela, que ia para Barra Grande. Passageiros chegaram em cima da hora para última viagem do ferry (Foto: Nara Gentil/CORREIO) Correndo também pelo último ferry, Renato Silva, 29, produtor de bandas, quis passar o aniversário no sábado (27) na casa da família na ilha. “Com esse lockdown, a gente optou por passar lá, mas foi agora no fim da tarde e foi uma loucura pra chegar a tempo. Meus pais até foram na frente. A verdade é que, se é pra ficar preso dentro de casa, a gente acha que é melhor que seja na ilha", afirmou. Renato vai passar lockdown na ilha com a família (Foto: Nara Gentil/CORREIO) No Terminal Turístico Náutico da Bahia, de onde partem as famosas lanchinhas, o povo teve que chegar mais cedo já que a última embarcação saiu às 18h30. Como no ferry, não eram muitos, mas estavam igualmente agoniados. A maioria cortou um dobrado para conseguir embarcar a tempo. Nilson do Carmo, 54, é vendedor de picolé e foi furtado nessa sexta, mas deu seu jeito de não ficar em Salvador já que só vem aqui para trabalhar. "Eu fui até roubado hoje, levaram minhas coisas ao meio-dia. Deixei em um lugar e pegaram tudo, celular, documento. Parecia aqueles dias que nada dá certo, né? Mas consegui vender mais picolé, e a lancha eu não perco. Até porque se acontecer, tô lascado. Já vou deixar de vender no fim de semana por conta da parada das lanchas e do ferry e ainda me acontece um negócio desse", disse Nilson. Baianos correram para pegar última lancha (Foto: Wendel de Novais/CORREIO) O mecânico Alecsandro Rocha, 42, iria no sábado em viagem já planejada para dar uma força para um amigo, mas teve que desenrolar seus compromissos para chegar no terminal antes das 18h30. "Já tava planejando uma viagem há 15 dias, pra ajudar um amigo meu. Com o lockdown, tive que antecipar tudo pra conseguir chegar. Eu ia sábado de manhã e tô indo agora na última. Quando eu recebi a notícia que ia fechar, percebi que ia ter que dar duro pra fazer tudo dar certo e não adiar isso", disse. 

Já a babá Paula Amélia, 19, mora na Ilha de Itaparica e já está acostumada com a viagem, mas precisou pedir dispensa mais cedo para conseguir ir para casa. "Eu moro em Itaparica e pedi pra sair ainda mais cedo do trabalho. Tudo pra não perder a lancha e não ter que passar o final de semana aqui. Tenho até família aqui para me abrigar, mas seria muito complicado não retornar pra casa e ficar até segunda", afirmou.

*Com a orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro