Rapel: Modalidade esportiva para o corpo e para a mente 

Torre com 14 metros de altura, no Parque dos Ventos, é o point da modalidade em Salvador 

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  • Do Estúdio

Publicado em 5 de janeiro de 2021 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Shutterstock

Acostumada a passar dias e noites no ritmo acelerado das cozinhas de hotéis onde trabalhou desde a formatura em Gastronomia, a chef de cozinha Beatriz Nogueira estava procurando uma atividade esportiva que funcionasse como uma válvula de escape para a rotina diária. “Meu objetivo era encontrar alguma atividade ao ar livre, já que passava a maior parte do dia em ambientes fechados, até que uma amiga me chamou para testar o rapel. De início me senti um pouco apreensiva, mas só fui”, afirma. 

Para contornar a insegurança com a altura, a explicação dos instrutores foi fundamental, tanto que após a primeira tentativa, Beatriz afirma que nunca mais largou a modalidade. “Eles explicam tudo direitinho e, à medida que a gente entende o quanto é seguro, o medo passa e sentimos uma sensação de liberdade sem igual”, relata. “Já fiz rapel em vários lugares, tanto na cidade quanto fora, e é sempre uma experiência única. Isso sem contar a amizade que a gente faz com as pessoas. Hoje temos um grupo que planeja viagens, é muito legal. Super recomendo”. 

Da França A modalidade, cujas raízes remetem à França do Século XVII, significa “chamar” ou “recuperar” e foi concebida como uma alternativa mais segura na descida de cânions e montanhas. No Brasil, a prática começou a se popularizar no início dos anos 2000, ganhando adeptos principalmente nos centros urbanos do país. 

De acordo com o coordenador da empresa esportiva Na Trilha Adventure, Adson Rodrigues, apesar da modalidade ser utilizada principalmente na natureza, as alternativas na cidade grande vêm crescendo cada vez mais, e foi assim que ele teve seu primeiro contato com o rapel. “Na época, eu tinha 15 anos e, a convite de amigos, fui experimentar o rapel na passarela próxima à Estação da Lapa. Foram apenas 17 metros, mas para mim o sentimento era de ter descido o Monte Everest”, recorda. 

Local oficial  Inaugurado em março de 2020, o Parque dos Ventos, na orla da Boca do Rio, conta com uma série de atrativos que muita gente ainda não conhece, já que o acesso ao local foi restrito após o início da pandemia. Um deles é a torre de rapel/escalada. Com 14 metros de altura, a estrutura permite a prática das atividades com vista panorâmica para o mar. 

Depois da primeira experiência, foi paixão certeira, e após de já desbravar outras passarelas e viadutos da cidade, Adson teve até a oportunidade de descer um dos principais pontos turísticos da capital baiana com suas cordas: o Elevador Lacerda. “Com os equipamentos apropriados, a prática do rapel pode ser realizada em diversos lugares. Agora, com o Parque dos Ventos, foi possível estabelecer um local oficial para a modalidade em Salvador. Algo que precisávamos há muito tempo”, diz. 

Com 15 anos de experiência, Adson afirma que o rapel pode ser praticado por pessoas das mais variadas faixas etárias e tipos físicos, e além do benefício físico, o esporte pode trazer uma série de melhorias no âmbito emocional dos praticantes. “Não faltam casos de pessoas que estavam enfrentando depressão, por exemplo, e encontraram no rapel uma válvula de escape para toda a ansiedade, medo”, explica. “Por ser uma modalidade desafiadora, a prática contribui muito com a autoestima do praticante por passar a sensação de estar vencendo uma barreira”, completa. 

Para quem não sabe, o rapel também é uma modalidade esportiva inclusiva, podendo ser praticada por portadores de deficiência, possibilidade que vem sendo estimulada na torre do Parque dos Ventos. “É totalmente seguro e acredito ser uma experiência transformadora. Já recebemos muitos cadeirantes e a resposta é sempre incrível. É, sem dúvida, um esporte para todos”, conclui.  

Conheça os equipamentos básicos para a prática de rapel:  Cadeirinha; Capacete; Mosquetões em formato D ou HMS;  Dois freios em formato 8; 2 cordeletes de 1,5 m, cada;  2 fitas tubulares de no mínimo 60 cm cada;  Par de luvas; 2 mosquetões de malha rápida; 1 extensor; Blocante; 1 kit de primeiros socorros;  4 mosquetões de aço oval; 1 corda semi-estática com 10 mm ou 11 mm de 30 m aproximado;  Proteções de corda;  Apito. 

Sou Verão Ficou interessado em fazer rapel? Um vídeo especial pode ser conferido no Instagram do CORREIO: @correio24horas. Feito pela apresentadora Mayara Padrão (@mayarapadrao) e faz parte do projeto Sou Verão, que nos meses de dezembro de 2020 e janeiro de 2021 vem trazendo conteúdos esportivos e de proteção a saúde, com todo clima da estação mais esperada pelos baianos.

O Sou Verão, projeto realizado pelo Correio, tem o apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador.

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