Relatório da GPTW aponta formação de líderes como principal foco das empresas em 2022 

Levantamento colheu 2.654 respostas entre profissionais de RH e detentores de cargos de liderança. 

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  • Do Estúdio

Publicado em 29 de março de 2022 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Shutterstock

Nos últimos dois anos, vimos a chegada da pandemia mudar a forma como encaramos o mundo, e todos os setores da vida humana sofreram algum tipo de transformação. No campo profissional não poderia ser diferente, novas práticas inseridas na rotina das empresas, a exemplo do surgimento de novas tecnologias, formatos de trabalhos, além do reposicionamento de carreiras, e a busca do consumidor por práticas voltadas à sustentabilidade e inovação. 

O novo cenário do mercado de trabalho e suas principais características foram destaque na 4ª edição do Relatório de Tendências de Gestão de Pessoas em 2022, elaborado pelo Great Place To Work, consultoria global que apoia organizações a obter melhores resultados por meio de uma cultura de confiança, alto desempenho e inovação. A pesquisa foi feita com mais de 2600 respondentes, dentre os quais líderes e gestores de RH de todo o Brasil. 

De acordo com a diretora de conteúdo e relações institucionais da GPTW, Daniela Diniz o relatório observou uma aceleração de tendências que já vinham sendo testadas dentro do ambiente corporativo, antes da pandemia. Apesar da urgência pela adaptação, esta fase deixou importantes legados. “Toda a experiência da pandemia ressaltou a capacidade de uma rápida adaptação pelo ser humano, porém o grande legado tem sido os debates que ganharam evidência em meio a este período”, explica. “O debate sobre a saúde mental, a reflexão sobre a estrutura de trabalho e a adoção de novas práticas, e desenvolvimento de lideranças, na minha opinião estão entre os principais pontos que ficam como legado desse período”, completa. 

Foco na Gestão  A maioria dos respondentes à pesquisa realizada pela GPTW, sendo 21,5% de empresas de Tecnologia; 14,7% da Indústria e 13,3% de Serviços, apontaram o desenvolvimento/capacitação de lideranças com preparo técnico e emocional como o principal foco para garantir a construção de ambientes de trabalho emocionalmente saudáveis e para o alcance de resultados estratégicos. “No passado quando chegamos a falar em ‘pleno emprego’ as empresas não se preocupavam em desenvolver líderes de forma imediata pois o planejamento era pensado a longo prazo. Agora a percepção das rápidas transformações se passou a perceber a importância de ter líderes já preparados para essas mudanças bruscas”, afirma Daniela. 

Com isso, em 2022 as organizações deverão investir fortemente na capacitação de líderes: 94,3% das pessoas responderam que suas empresas pretendem investir nesta preparação, sendo que 59,9% delas indicaram que essas ações devem acontecer no formato híbrido. Entre as características mais valorizadas nas lideranças aparecem “resiliência”, “alinhamento com a estratégia” e “empatia e gestão humanizada’’. 

Quando questionadas sobre o principal empecilho para a inovação nas empresas, a maioria das pessoas (37,1%) respondeu “mentalidade da liderança”, assim como no ano anterior, quando 32% das pessoas apontaram o mesmo obstáculo. Ou seja, pelo que tudo indica, ainda há uma discrepância entre a liderança necessária para 2022 e a liderança existente. “Quem mais ressaiu foi que girou a chave da gestão e entendeu a importância de agregar o grupo, conversar com todos, repensar estratégias e mesmo se aproximar dos adversários. As mudanças internas nesse sentido devem criar uma nova cultura nas empresas e trazer ótimos resultados para as organizações”, aponta Daniela. 

Confira outros resultados da pesquisa  Entre as respostas dos entrevistados, 49,2% apontaram a comunicação interna como um dos principais temas a serem trabalhados em 2022. A adoção dos formatos híbrido, remoto e flexível continua sendo um grande desafio para as empresas, que precisam encontrar as tecnologias adequadas para manter o fluxo de informações e encontrar os processos ideais para que todas as pessoas da equipe se sintam igualmente contempladas na troca de informações organizacionais. 

Já a saúde mental foi considerada um ponto relevante para a Gestão de Pessoas na empresa, por 97,2% dos entrevistados. Apesar dos avanços no tema causados pela pandemia, muitas mudanças ainda são necessárias para que as empresas se tornem, de fato, ambientes emocionalmente saudáveis.  

Um exemplo disso é que, em pesquisa realizada em 2021 em parceria do GPTW, Youleader, Jungle e Youclub, 64% das pessoas informaram que as empresas em que trabalham não oferecem benefícios de saúde mental para colaboradores 

Diversidade e Inclusão: Embora a maioria afirme ser uma pauta estratégica na sua organização, somente 12,2% responde que a empresa em que atuam tem maturidade no tema e contribui, de fato, para uma equidade de gênero, racial, geracional, do público LGBTQI+Q e outras minorias.  Como exemplo, apesar de 93% das empresas premiadas como Melhores Empresas para Trabalhar no Brasil em 2021 pelo GPTW contar com alguém responsável por combater a discriminação e promover a diversidade, o menor avanço do tema está no geracional: apenas 3% a 4 % da força de trabalho está no 55 + e 12% entre 45 a 55 anos. 

Vagas e falta de profissionais: A falta de profissionais qualificados também merece destaque. Apesar de 59,5% dos respondentes afirmarem que em 2022 as empresas pretendem aumentar o número de pessoas, 68,3% informaram que as organizações sentem dificuldade para preencher as vagas abertas e 84,7% apontam a falta de profissionais com qualificação para preencher as vagas em aberto. Elas também mencionam: falta de comprometimento dos candidatos nos processos seletivos, demora no processo de recrutamento e seleção, indecisão ou definição por parte da gestão e dificuldade para definir o perfil ideal do/a candidato/a. 

Políticas de Trabalho: Mesmo sendo uma questão que ainda gera muitas dúvidas, a definição das políticas de trabalho não será a prioridade número 1 das empresas em 2022. Muitas ainda não definiram uma nova política de trabalho, entretanto, entre as 1.104 que já decidiram, 66,2% adotaram o modelo híbrido. 

Ranking 2022 As empresas baianas interessadas em participar do ranking estadual das Melhores Empresas para Trabalhar do Great Place to Work (GPTW) têm até o dia 30 de março para se inscrever no site do Instituto. Em 2022, o Ranking GPTW Bahia chega à sua 9ª edição, em parceria com o CORREIO. O resultado será divulgado em julho.

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