Rodoviários fazem protesto na Estação da Lapa para pedir complementação de salário

Categoria diz que empresas de ônibus só estão pagando 60% e quer que a gestão municipal complete o restante

Publicado em 19 de agosto de 2020 às 20:30

- Atualizado há um ano

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. por Foto: Divulgação/Sindicato dos Rodoviários

Motoristas e cobradores rodoviários de Salvador fizeram um protesto na Estação da Lapa, na manhã desta quarta-feira (19), para pedir a complementação do salário da categoria. De acordo com o Sindicato dos Rodoviários, a remuneração vinha acontecendo através de compensação do governo federal, com o auxílio emergencial. No entanto, como o benefício não foi renovado para o mês de agosto, a frota disse que está recebendo das empresas somente 60% do salário e reivindica ajuda da prefeitura para pagar os outros 40%.

O diretor de comunicação do sindicato, Daniel Mota, informou que a categoria chegou à metade deste mês sem uma definição de como ficariam os salários e decidiu se reunir com os empresários das frotas, que só garantiram o pagamento dos ditos 60%. Os rodoviários pediram na manifestação que a Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) viabilize o restante através do Fundo de Mobilidade Urbana. 

“O governo fazia esse complemento. Nós estamos em pandemia e a gente acha que a gente passamos todos esses meses sofrendo, morrendo gente e em nenhum momento a gente recuou desta tarefa tão importante. Mas agora saco vazio não para em pé e estamos esperando para ver se o governo vai reeditar a Medida Provisória [do auxílio]. Se não tiver nada, vamos nos organizar de novo para protestar”, disse.

Segundo o sindicato, o salário inicial de um cobrador, sem contar com os benefícios, é em torno de R$ 1,2 mil, enquanto o de um motorista fica cerca de R$2,8 mil. Ainda conforme a entidade, pelo menos 15 trabalhadores rodoviários morreram vítimas da covid-19 na capital. Durante o protesto, os funcionários saíram da Lapa em passeata até a sede da Transalvador, nos Barris, onde finalizaram a manifestação.

Em nota, a Semob informou que também está na expectativa que o governo federal, por meio do Ministério da Economia, possa liberar a continuidade do pagamento do auxílio emergencial e não deu perspectivas de atender à reivindicação da categoria. O órgão ressaltou que “a relação trabalhista entre rodoviários e empresas é de direito privado, cabendo ao município apenas a intermediação entre as partes”.

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