Rolha ou rosca de metal: entenda qual é melhor para seu vinho

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  • Paula Theotonio

Publicado em 27 de junho de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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(Foto: Divulgação) Muita gente torce o nariz para vinhos com tampa de rosca. Eles entendem que sejam rótulos inferiores, de qualidade incomparável com os que são vedados com cortiça. Ledo engano! O tipo de vedação para a garrafa tem muito mais a ver com a proposta da bebida do que com seu potencial de sabor.

UM POUCO SOBRE ROLHAS E OS VINHOS DE GUARDA Em vinhos mais estruturados, que vão passar por envelhecimento longo em garrafa, a cortiça natural maciça (extraída da casca da árvore Sobreiro) possui um papel a cumprir. Por ser porosa e flexível, permite uma micro-oxigenação – o que favorece o amadurecimento e evolução saudável da bebida depois de engarrafada.

São vinhos normalmente do Velho Mundo; de casas tradicionais, mais raros, especiais e, geralmente, mais caros.

Nestes casos, as garrafas precisam ser armazenadas na horizontal – para que o líquido fique em contato com rolha e, assim, evitemos que ela resseque e esfarele. Outro cuidado é que o rótulo seja mantido em local livre de odores e com baixa umidade, para que não haja transferências indesejadas para o sabor da bebida; ou proliferação de fungos.

Estima-se que em até 4% dos vinhos fechados com cortiça há TCA (tricloroanisol), composto que surge pela presença de fungos. O TCA gera a doença da rolha, conhecida também pelo termo bouchonné, que é quando a bebida fica com cheiro de mofo ou papelão molhado.

Não é um vinho para ser, jamais, deixado na geladeira!

Além da rolha maciça, há a aglomerada – feita com as sobras das cascas. Menos resistentes e mais baratas, são ideias para vinhos sem muito potencial de guarda (e para mercados consumidores mais conservadores). Há ainda as mistas, mescladinhas no centro e maciças nas extremidades, conhecidas como rolhas técnicas.

ROLHAS SINTÉTICAS, SCREW CAP E VINHOS JOVENS (ou não...) Porém quando o vinho é aquele do dia-a-dia, com ou sem envelhecimento em carvalho e que sai da vinícola pronto para ser saboreado, a rolha de cortiça natural é 100% dispensável. Há quem acredite, inclusive, que ela hoje represente mais um “estilo tradicional” que uma real necessidade enológica. (Foto: Divulgação) Para driblar o conservadorismo de muitos mercados com tecnologia, foram criadas as rolhas sintéticas. Elaboradas a partir de derivados de petróleo, borracha ou cana-de-açúcar, são mais baratas e não costumam apresentar problemas com fungos. Já comprei diversos vinhos com elas, que são lisas e sem muita personalidade.

E temos, ainda, as famigeradas roscas de metal – ou screw caps. Criadas em meados da década de 60, são mais baratas, recicláveis e vedam perfeitamente a garrafa, permitindo trocas ínfimas de oxigênio com o ambiente e desacelerando a evolução do vinho. Países como Austrália, Nova Zelândia, Alemanha, Chile e África do Sul adotaram amplamente esse tipo mais moderno de vedação.

Numa mesma vinícola, é possível encontrar linhas com diferentes tipos de vedantes. O que vai definir a escolha por rolhas naturais, sintéticas ou screw caps será o estilo da bebida e o mercado-alvo ao qual aquele vinho, em especial, se destina.

E, particularmente, adoro a praticidade dos vinhos tampa de metal – principalmente em viagens. Rosqueou, abriu, tomou! Não precisam ser guardados na horizontal e, em último caso, podem até ficar alguns dias na geladeira sem que haja comprometimento do sabor. Mas também gosto bastante do sedutor ritual de sacar a rolha em um jantar mais intimista.

E você, prefere qual proposta?