Rui volta a transferir responsabilidade, e o acirramento da rixa entre os filhos de Otto e Coronel

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  • Da Redação

Publicado em 7 de janeiro de 2022 às 11:35

- Atualizado há um ano

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Pra variar... O governador Rui Costa (PT) voltou a praticar aquela que tem sido uma das suas principais especialidades: transferir responsabilidade. Nesta semana, ao falar sobre os problemas ocasionados pelas chuvas na Bahia, reclamou do que chamou de "ajuda substantiva" do governo federal. Desde que as chuvas se intensificaram, Rui tem reclamado e chegou a fazer uma queixa pública numa coletiva com a presença de ministros de Bolsonaro em Ilhéus. 

A realidade Enquanto Rui transfere responsabilidade, municípios sofrem com a falta de medidas para minimizar os impactos das chuvas e o sofrimento das pessoas. Em Jucuruçu, por exemplo, diversos trechos da BA-284 estão intransitáveis, o que tem impedido a chegada de mantimentos. Falta gasolina nos postos e alimentos nas prateleiras de mercados. Em Gongogi, um distrito da zona rural está completamente ilhado desde o final de dezembro, sem energia elétrica e sem acesso para que as pessoas recebam atendimento. Em Uruçuca, o prefeito Moacyr Leite soltou o verbo na semana passada e também reclamou da falta de ajuda. 

Irritados As queixas se espalham pelas cidades atingidas e já contaminam parlamentares da base, que se mostram irritados com a transferência de responsabilidade. Eles dizem que falta um plano emergencial para a recuperação da infraestrutura e, em seguida, outro plano que foque na construção das cidades. "Não dá, nesse momento, para ficar procurando culpados. Ele tem é que botar os secretários para resolver os problemas urgentes", reclama um parlamentar. 

Vale a pena ver de novo Essa não é a primeira vez que Rui transfere responsabilidade. Aliás, foram muitas. Na segurança pública, principalmente, o governador tem colocado a culpa do crescente aumento dos índices de violência no governo federal. Na educação, ainda este ano, chegou a culpar os prefeitos pelos baixos resultados no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). 

Guerra fria Está cada dia mais acirrada a rixa por bases entre os filhos dos senadores do PSD Otto Alencar e Angelo Coronel. Se comenta nos bastidores que Diego Coronel, hoje deputado estadual, já conseguiu abocanhar algo em torno de 40 mil votos de Otto Alencar Filho na corrida pela Câmara dos Deputados. Em 2018, Ottinho, que vai em 2022 para a reeleição, foi o segundo mais votado, mas agora com a concorrência de Coronelzinho parece que vai ter dificuldade para manter o resultado. 

Vai ter troco? A situação tem irritado o senador Otto Alencar, que tem a fama de "rancoroso", como diz um correligionário. "Otto, que é rancoroso, não vai deixar isso barato, até porque Diego chega nas bases com muito mais estrutura e mais a oferecer às lideranças", revelou a fonte. 

Game of thrones Também preocupa o cacique-mor do PSD, além da perda de votos do filho, a possibilidade de crescimento de Coronel dentro da sigla a depender do resultado de 2022. Além de Diego Coronel, Angelo Coronel filho será candidato a deputado estadual e briga para manter a cadeira do irmão na ALBA. Caso ambos sejam eleitos, o senador Coronel cresce. "Sem contar que há também a possibilidade de Otto perder a reeleição para o Senado num confronto com o candidato de ACM Neto, que irá puxar votos. Coronel é leal a Otto, mas na guerra pelo poder tudo pode acontecer", diz o pessedista. 

Fogo amigo O filho de Otto, inclusive, tem sido alvo de críticas no partido. Na avaliação de correligionários, Ottinho não tem a menor condição de integrar uma chapa majoritária ao lado do senador Jaques Wagner (PT) - ele chegou a ser cotado para ocupar a vaga de vice do petista. "Ele é grosso, não sabe se comunicar e é bem fraco de articulação política. Tem muito pouco do pai", avalia um pessedista. 

O rumo dos Josés Crescem os rumores de que dois deputados federais hoje ligados ao governo petista devem desembarcar da base e migrar para o grupo liderado por ACM Neto. José Nunes (PSD) e José Rocha (PL), pelo que dizem nos bastidores, já falam sobre a possibilidade de mudarem de lado. A mudança, contudo, só deve vir "aos 45 minutos do segundo tempo". Talvez até nos acréscimos...

Passando o bastão Ambos os parlamentares, inclusive, devem lançar os filhos nas eleições deste ano. Gabriel Nunes, filho de Zé Nunes, vai concorrer à vaga do pai, que deve se aposentar. Já Manoel Rocha, ex-prefeito de Coribe e filho de Zé Rocha, disputará uma vaga na Assembleia Legislativa. 

Filho do Norte Por falar em filhos, quem também colocará sua cria na disputa deste ano é a prefeita de Juazeiro, Suzana Ramos (PSDB). Médico, Jordávio Ramos vai concorrer a uma vaga de deputado estadual e, pelo que dizem fontes tucanas, tem avançado na região Norte do estado, conquistando apoios importantes, como em Casa Nova. Olho nele.  A coluna Alô Alô Política é publicada às sextas, sempre ao meio dia, nos portais CORREIO e Alô Alô Bahia. Também pode ser conferida através do endereço www.aloalopolitica.com e do Instagram @aloalopolitica.   Foto: Divulgação.